Neste 11 de novembro de 2025, Angola celebra 50 anos de Independência, episódio que encerrou quase cinco séculos de dominação portuguesa e abriu caminho para a formação de uma nação africana soberana e plural.
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A data recorda o momento em que o médico Agostinho Neto, líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), proclamou a liberdade do país, no auge da Guerra Fria e em meio a um cenário político conturbado, que envolveria Angola em uma prolongada guerra civil.
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A guerra pela libertação durou 14 anos e coincidiu com a crise do regime salazarista em Portugal, que culminaria na Revolução dos Cravos, em 1974, um evento que acelerou o processo de descolonização nas antigas possessões africanas portuguesas.
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A proclamação da independência, feita na capital Luanda, foi celebrada com entusiasmo. Porém, poucas horas após o anúncio o país mergulhou em um conflito interno que duraria 27 anos, envolvendo o MPLA, a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) e a FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola).
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O conflito só chegaria ao fim em 2002, com a morte de Jonas Savimbi, líder da UNITA, e a assinatura dos Acordos de Paz de Luena.
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Desde então, Angola tem buscado consolidar a paz e fortalecer sua economia, apoiada sobretudo na exploração de petróleo e diamantes.
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O país, com cerca de 35 milhões de habitantes, é hoje uma das principais economias da África Subsaariana, embora ainda enfrente desafios ligados à desigualdade social e à dependência das commodities.
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A capital, Luanda, é símbolo da mistura entre tradição e modernidade. A cidade abriga arranha-céus e avenidas movimentadas, mas mantém vivas as marcas da cultura angolana, visíveis na gastronomia, na música e nas manifestações populares.
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O kizomba, gênero musical que surgiu no país nos anos 1980, tornou-se um dos maiores símbolos da identidade angolana e conquistou pistas de dança em diversos continentes.
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Entre as curiosidades culturais, Angola é o maior país africano que tem o português como língua oficial e onde a herança da colonização lusitana se mistura intensamente com as tradições locais.
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Além do português, são faladas mais de 40 línguas nacionais, entre elas o kimbundu, o umbundu e o chokwe. Essa diversidade linguística reflete a riqueza étnica do país, formado por mais de 90 grupos diferentes.
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A relação de Angola com o Brasil é profunda e histórica. O contato entre os dois territórios remonta ao século 16, durante o período colonial, quando o tráfico de escravizados criou laços trágicos, mas duradouros, entre as populações africanas e brasileiras.
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Estima-se que quase 40% dos africanos escravizados enviados ao Brasil tenham vindo da região onde hoje é Angola, o que explica as inúmeras influências angolanas na cultura afro-brasileira, especialmente na culinária, na música e na religiosidade.
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A capoeira, por exemplo, tem raízes em danças e lutas angolanas. Já o samba, carrega ritmos e expressões musicais trazidas pelos bantos, da região a que pertencia o país. E palavras do cotidiano brasileiro, como “moleque”, “quitanda”, “dengo” e “cafuné”, vieram do kimbundu.
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Na culinária, pratos como o feijão-de-óleo e o uso do óleo de dendê também remetem à tradição alimentar angolana.
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Após a independência, o Brasil foi o primeiro país do mundo a reconhecer oficialmente o novo Estado angolano, gesto que marcou o início de uma cooperação diplomática sólida. Desde então, as duas nações têm mantido acordos de parceria nas áreas de educação, saúde, energia e cultura, além de uma intensa troca artística e linguística.
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Cantores, escritores e cineastas dos dois países frequentemente colaboram em projetos que fortalecem essa ponte cultural lusófona. Na literatura, nomes como Pepetela, Ondjaki e José Eduardo Agualusa têm obras amplamente lidas e publicadas no Brasil, e frequentemente participam de feiras literárias nacionais, como a Flip e a Bienal do Livro.
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Outro exemplo cultural é o ator angolano Licínio Januário, que fez parte do elenco no remake da novela “Vale Tudo” e de “O Agente Secreto”, novo filme de Kleber Mendonça Filho que também conta com Isabél Zuaa, atriz portuguesa filha de mãe angolana.
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Angola é hoje uma das principais economias de língua portuguesa, ao lado do Brasil e de Portugal, e integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), bloco que reúne nações unidas por uma herança histórica comum e pelo uso do português como idioma oficial.
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