'Ainda Estou Aqui' é escolhido para tentar uma vaga no Oscar 2025

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Os indícios se confirmaram: o filme brasileiro "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles ("Central do Brasil"), foi o escolhido para tentar disputar uma vaga no Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional.

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A decisão unânime — foram 24 votantes ao todo — foi anunciada pela Academia Brasileira de Cinema nesta segunda-feira (23/09).

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A partir de agora, o filme entrará em um período de campanha para ser escolhido pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood. A estreia nos cinemas brasileiros está marcada para o dia 7 de novembro.

Foto: Scott Catron/Wikimédia Commons

No início de setembro, o filme, que é uma produção original Globoplay, estreou com momentos de emoção no Festival de Cinema de Veneza.

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Os atores Selton Mello e Fernanda Torres não conseguiram conter as lágrimas com a recepção calorosa do público após a exibição do longa.

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Após o término da sessão, a produção brasileira foi aplaudida de pé por 10 minutos.

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O filme chegou a concorrer ao cobiçado Leão de Ouro, principal prêmio do Festival, mas acabou perdendo o prêmio para "O Quarto ao Lado", do cineasta espanhol Pedro Almodóvar.

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Apesar disso, o longa brasileiro levou para casa o prêmio de Melhor Roteiro.

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"Ainda Estou Aqui" conta a história de Eunice Paiva, mãe do jornalista Marcelo Rubens Paiva, que passou 40 anos procurando a verdade sobre o marido desaparecido.

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Rubens Paiva (marido de Eunice) foi preso durante o regime militar no Brasil e teve o mandato de deputado cassado no início da década de 1970.

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A história se baseia no livro homônimo escrito pelo jornalista Marcelo Rubens Paiva (filho de Eunice). "Ela virou a grande militante ativista da ditadura e da redemocratização brasileira e do chamado Brasil novo", disse ele.

Foto: wikimedia commons/ Harald Krichel

Na trama, Eunice é vivida em fases diferentes da vida pelas atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro (foto).

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Aliás, o filme conta com um elenco de peso. Além das duas, Selton Mello, Marjore Estiano, Humberto Carrão e Dan Stulbach também estrelam o longa.

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O processo de realização do filme levou cerca de sete anos. O diretor Walter Salles chegou a frequentar a casa onde Rubens Paiva vivia antes de ser levado pelos militares e fez questão de conhecer sua família.

Foto: Reprodução/Canal Arte1

Além disso, o filme recebeu inúmeros elogios da imprensa internacional. Um deles foi direcionado à atuação de Fernanda Torres.

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"É uma atuação que deve catapultar ela para a temporada de premiações, 25 anos depois de sua mãe ser indicada ao Oscar por Central do Brasil", disse uma crítica do Deadline, um dos maiores sites de entretenimento dos EUA.

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"Salles nunca se excede nas batidas emocionais do filme, confiando na atuação magnífica e excepcionalmente detalhada de Torres para dirigir a história", destacou o ScreenDaily.

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Além de "Central do Brasil", Walter Salles dirigiu os elogiados "Abril Despedaçado" (2001), com Rodrigo Santoro, "Diários de Motocicleta" (2004) e "Paris, Te Amo" (2006).

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Tema central de "Ainda Estou Aqui", Rubens Paiva foi um engenheiro civil, empresário e político brasileiro, conhecido principalmente por sua luta contra a ditadura militar no Brasil e por ser uma das vítimas mais emblemáticas do regime.

Foto: secretaria de estado de cultura/sp

Ele nasceu em 26 de dezembro de 1929, em Santos, São Paulo, e desapareceu em janeiro de 1971, após ser preso por agentes da repressão.

Foto: Comissão da Verdade do Estado de São Paulo

Rubens Paiva era deputado federal pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e se destacou como um dos opositores do golpe militar de 1964, que depôs o presidente João Goulart.

Foto: arquivo pessoal

Com a implantação do regime militar, ele teve seu mandato cassado e foi exilado no exterior por um período. Ao retornar ao Brasil, continuou a se posicionar contra o governo militar.

Foto: arquivo pessoal

Em janeiro de 1971, Paiva foi preso em sua casa no Rio de Janeiro por agentes do DOI-CODI, um órgão de repressão da ditadura.

Foto: reprodução/tv globo

Após sua prisão, ele desapareceu, e as autoridades nunca admitiram oficialmente seu paradeiro ou destino. Anos depois, investigações apontaram que ele foi torturado e morto nas dependências militares.

Foto: De an Sun Unsplash

Seu corpo nunca foi encontrado, e seu caso permanece como um símbolo das atrocidades cometidas durante a ditadura militar no Brasil.

Foto: arquivo pessoal

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