Jacob Elordi está em alta pela performance como a Criatura em “Frankenstein”, de Guillermo del Toro. Em entrevista, o ator citou as inspirações para encarnar o clássico personagem, entre eles uma dança japonesa chamada butô.
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“Tive uma ótima ideia de estudar butô, uma forma de dança japonesa conhecida por seus temas de morte. É uma espécie de reanimação de um cadáver, o que foi uma maneira útil de entrar no meu próprio corpo”, declarou Elordi a jornalistas na sede da Netflix, em Los Angeles.
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O butô é uma forma de expressão artística japonesa que desafia classificações convencionais e rompe fronteiras entre dança, teatro e performance.
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Surgido no final da década de 1950, em um Japão marcado por transformações sociais profundas após a Segunda Guerra Mundial, o butô nasceu como resposta à modernização acelerada, à tensão entre tradição e contemporaneidade e ao desejo de questionar padrões estéticos estabelecidos.
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Criado pelos artistas Tatsumi Hijikata e Kazuo Ohno, o butô rapidamente se tornou uma linguagem singular, marcada por intensidade emocional e profunda compreensão da condição humana.
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Desde o início, o butô rejeitou a elegância típica de outras danças japonesas, como o noh e o kabuki, e também rompeu com a disciplina altamente codificada do balé e das danças ocidentais.
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Em vez disso, propôs um corpo vulnerável, muitas vezes lento, contorcido, carregado de metáforas e impulsos internos.
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Um dos elementos mais conhecidos dessa expressão é o uso do corpo com desenhos de branco, criando uma figura quase fantasmagórica que parece desafiar os limites entre vida e morte, entre o movimento e a quietude.
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A dança não é guiada por passos pré-definidos, mas por estados psicológicos, memórias, sensações físicas e imagens poéticas que emergem do interior do performer.
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A primeira grande obra do gênero, “Kinjiki” (1959), dirigida por Hijikata e inspirada no romance de Yukio Mishima, chocou plateias ao abordar questões que eram tabus de maneira direta e provocadora.
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Desde então, a dança passou a ser associada ao inconformismo, ao experimentalismo radical e à liberdade artística, introduzindo um vocabulário corporal que prioriza o não dito, o não verbal e o que está escondido sob a superfície da aparência.
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Kazuo Ohno, por sua vez, contribuiu para o butô com uma abordagem mais lírica e espiritualizada. Enquanto Hijikata enfatizava estados de angústia e escuridão, Ohno explorava a delicadeza, a memória afetiva e a transcendência.
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Sua obra mais famosa, “La Argentina”, é uma homenagem à dançarina espanhola Antonia Mercé e se tornou referência pela capacidade de transformar emoções internas em gestos mínimos, mas profundamente expressivos.
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Esse contraste entre as visões dos dois fundadores ampliou o universo do butô, permitindo que a dança se tornasse uma plataforma extremamente plural.
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Com o passar das décadas, o butô se espalhou pelo mundo, influenciando bailarinos, atores, performers e diretores de diversas nacionalidades. Essa estética encontrou terreno fértil em ambientes de vanguarda na Europa e nas Américas, especialmente no teatro experimental, nas artes visuais e na dança contemporânea.
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Hoje, existem companhias, escolas e artistas dedicados à prática em diversos países, preservando os princípios originais, mas também propondo interpretações renovadas e adaptadas a contextos culturais distintos.
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Para muitos artistas, o butô não é apenas uma dança, mas um estado de presença, um modo de existir e de revelar algo que normalmente permanece oculto no cotidiano.
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Além da forte carga estética, o butô também suscita discussões filosóficas sobre identidade, impermanência e corporeidade. Por isso, hoje ele fala a pessoas de diversas culturas, despertando reflexões que transcendem fronteiras.
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