COP-30: governador quer transformar Belém em 'Vale do Silício' da Amazônia

Helder Barbalho aposta em cidade como 'capital da Amazônia' para atrair investimentos ligados à bioeconomia

6 nov 2025 - 20h33
(atualizado às 20h50)

BELÉM - O governador do Pará, Helder Barbalho, disse nesta quinta-feira, 6, ao Estadão/Broadcast que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30) deve deixar como legado o posicionamento da cidade-sede, Belém, como a "capital da Amazônia". Segundo ele, a ideia é seguir o modelo do Vale do Silício, nos Estados Unidos, aplicado à bioeconomia.

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"Nós teremos como legado o posicionamento de Belém como capital da Amazônia. Como ponto central que permitirá girar em torno da cidade a agenda da sustentabilidade. Nós queremos transformar Belém no vale de biotecnologia da Amazônia", afirmou.

Helder diz querer transformar a capital paraense no núcleo de transformação econômica a partir da biodiversidade e do investimento em tecnologia e inovação. Uma das entregas do governo para a COP-30 foi um parque de bioeconomia.

O Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia foi reconhecido como o maior polo de bioeconomia da América Latina e o único parque tecnológico do mundo voltado à bioeconomia florestal, que integra ciência, inovação e saberes tradicionais, de acordo com o governo estadual.

A expectativa é de que o equipamento possa contribuir para a transformação produtiva dos recursos da floresta. O governo quer unir conhecimento científico, inovação tecnológica e sabedoria das comunidades tradicionais para converter a biodiversidade amazônica em oportunidades sustentáveis.

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São esperados mais de 40 mil visitantes em Belém durante os principais dias da conferência.
São esperados mais de 40 mil visitantes em Belém durante os principais dias da conferência.
Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO / Estadão

Economia e desafios

O governador Helder Barbalho disse que o PIB do Pará deve crescer cerca de 3% em 2025, sendo que um terço desse resultado virá direto da COP-30.

"Demoraria certamente muito tempo para que tudo isso pudesse ficar pronto, e em dois anos se transformou em realidade. Isso permite que a cidade possa ter o turismo como uma nova vocação econômica e com fortalecimento da geração de emprego. Os resultados estão postos: crescimento de PIB do Estado, maior nível de admissão de carteira assinada da história, maior crescimento de operações empresariais e novos negócios abertos também no comparativo com o ano passado, um crescimento de mais de 200%", disse.

Ao falar das entregas, o governador se refere aos equipamentos urbanos já disponíveis para a população. São pelo menos três parques, o novo Museu das Amazônias, um novo polo gastronômico e um porto com capacidade de receber navios de cruzeiro que sempre preferiram Manaus a Belém por causa da infraestrutura.

'Nunca prometemos Belém sem problemas'

Mesmo com os avanços proporcionados pela visibilidade e pelos investimentos da COP-30, Belém segue com suas dificuldades históricas em infraestrutura de mobilidade e sanitária, com impacto ambiental direto. A cidade viveu uma crise de altos preços para hospedagem. Em agosto, 29 países assinaram uma carta pedindo a mudança da sede da COP-30.

Para o evento da ONU, foram entregues o BRT Metropolitano, quatro novos viadutos, a pavimentação de mais de 160 vias em diversas regiões da cidade e intervenções de macrodrenagem e saneamento em 13 canais, 11 deles em áreas periféricas.

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"Nós nunca imaginamos nem prometemos que a cidade não continuaria tendo problemas. O que nós sempre dissemos é que nós tínhamos que aproveitar a oportunidade para mobilizar recursos para dar um salto de qualidade na cidade. E isso é indiscutível. E isso está feito", afirmou o governador.

Ele disse ainda que a nova concessão de saneamento promete universalizar o serviço de água e esgoto até 2033.

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