BRASÍLIA, 06 SET - Os dez maiores rios do Brasil estão abaixo do nível médio esperado para esta época do ano, revelando um cenário crítico na região amazônica, que enfrenta a pior seca dos últimos anos.
Os dados são do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e foram divulgados nesta sexta-feira (6) pelo jornal "O Globo".
Um dos casos mais alarmantes é o do Rio Madeira, o quinto maior do país, que, pela primeira vez na história, registrou um nível abaixo de um metro em Porto Velho, em Rondônia, na última quinta-feira (5), no "Dia da Amazônia".
Segundo especialistas, a Amazônia ainda não se recuperou da forte seca do ano passado e já está enfrentando uma nova estiagem. Manaus, capital do Amazonas, localizada às margens dos rios Amazonas, Negro e Solimões, está praticamente isolada devido à falta d'água.
Os grandes rios da Amazônia, que ocupam mais de 4 milhões de km², estão com trechos intransitáveis ou quase inacessíveis para embarcações maiores.
O Rio Solimões, que forma o trecho superior do Amazonas, está todo abaixo da média histórica para esta estação, com um quadro "crítico" em diversos pontos. Além disso, no Médio Solimões, comunidades ribeirinhas estão sem acesso a água potável, como relatado pelo Instituto Mamirauá.
"É muito tempo para tão pouca água. E, não à toa, até mesmo os poços artesianos da beira do rio estão secos", aponta Adriana Cuartas, especialista em recursos hídricos do Cemaden. .