Essa será a COP das 'soluções e da ciência', diz Corrêa do Lago

Presidente da cúpula abriu a conferência em Belém, no Pará

10 nov 2025 - 11h29
(atualizado às 12h55)

O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, afirmou que o multilateralismo é o "caminho" para enfrentar a crise climática e que a cúpula precisa apresentar "soluções" concretas, em discurso na abertura da conferência em Belém, no Pará, nesta segunda-feira (10).

COP30 teve início nesta segunda e seguirá até 21 de novembro
COP30 teve início nesta segunda e seguirá até 21 de novembro
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

"Estamos reunidos aqui para tentar mudar as coisas. Acredito profundamente que o ser humano é essencialmente bom e fez e continua a fazer coisas extraordinárias. A ciência, a educação e a cultura são o caminho que temos de seguir. E para o combate à mudança do clima, o multilateralismo é definitivamente o caminho", declarou o diplomata após ser formalizado como presidente da primeira cúpula do clima da ONU realizada na Floresta Amazônica.

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"Estamos quase lá, mas temos de fazer muito", acrescentou Corrêa do Lago, citando a "urgência" representada por recentes desastres naturais, como o tornado da semana passada no Paraná ou os tufões nas Filipinas.

"Essa é uma COP que tem que apresentar soluções, e a agenda de ações que nós estruturamos para esta COP vai mostrar muitos caminhos. Essa, portanto, é uma COP de implementação, e espero que seja lembrada também como a COP da adaptação, uma COP que vai avançar na integração do clima à economia, na criação de empregos e, mais que tudo, uma COP que vai ouvir e acreditar na ciência", acrescentou.

Esvaziada pela ausência dos Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, não acredita no aquecimento global, a Cúpula de Belém discutirá temas cruciais para o futuro do planeta, como a transição energética, o financiamento climático, sobretudo para os países em desenvolvimento, e a adaptação de nações vulneráveis para uma era de mudanças no clima.

O objetivo final é trazer o planeta de volta para dentro da meta de limitar o aquecimento global neste século a 1,5ºC em relação à era pré-industrial, algo que, no cenário atual, não está no horizonte.

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Países em desenvolvimento exigem a mobilização de pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano para combater a crise climática, embora o compromisso de US$ 100 bilhões anuais fixado em 2009 nunca tenha sido alcançado. Na COP29, em Baku, Azerbaijão, o valor foi aumentado para US$ 300 bilhões, porém ainda não saiu do papel.

O Brasil também espera usar a COP30 para impulsionar o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que busca instaurar uma lógica de "ganha-ganha" na ação climática, remunerando tanto os países que mantiverem suas florestas de pé quanto aqueles que investirem no instrumento.

Outro tema quente em pauta será a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, principais responsáveis pelo aquecimento global, após a COP29 ter fracassado em estabelecer um cronograma claro devido à resistência de grandes produtores de petróleo, incluindo o próprio Azerbaijão.

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