Quanto os novos carros da F1 são mais lentos que os de 2021?

Novo regulamento promoveu mudanças extensas na concepção dos Fórmula 1, que ficaram mais pesados. Veja como isso se reflete nos tempos.

16 ago 2022 - 13h45
Russell e Verstappen na pista: carros de 2022 estão mais lentos que os de 2021
Russell e Verstappen na pista: carros de 2022 estão mais lentos que os de 2021
Foto: Red Bull / Twitter

A temporada de 2022 iniciou uma nova era na Fórmula 1. O regulamento técnico da categoria passou pela sua maior mudança em décadas, especialmente no que diz respeito à aerodinâmica. O foco central era uma revisão de conceito para que os carros gerassem menos turbulência, permitindo perseguições mais próximas e, por consequência, mais disputas em pista.

Além da parte aerodinâmica, foram implementados novas rodas, 5 polegadas maiores, novos materiais e até novas suspensões. As unidades de potência mudaram menos, apenas sendo abastecidos com combustível 10% renovável.

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As mudanças forçaram as equipes a iniciarem os projetos do zero, já que os chassis são inteiramente novos em comparação aos de temporadas anteriores. As extensas mudanças levaram os carros aos 798 kg de peso mínimo, 46 kg a mais que os modelos de 2021.

A última volta dos carros na geração anterior sacramentou o título de Max Verstappen
Foto: F1 / Divulgação

Carros mais pesados, nova forma de geração de pressão aerodinâmica, acertos totalmente diferentes. Seria de se esperar que os novos carros fossem mais lentos que os de 2021. E, bem, eles são. Com 13 GPs realizados, já é possível ter uma boa média das diferenças de tempo entre os carros novos e antigos.

10 das 13 pistas utilizadas pela F1 em 2022 até esse meio de temporada foram utilizadas também em 2021. Fizemos um levantamento dos tempos de volta de pole position e a melhor volta em corrida de cada uma dessas etapas, comparando as edições desses dois anos. Eis o resultado:

Diferença média da volta de pole position:

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+1s187 (1,56% mais lento que em 2021)

Nesse caso, a comparação foi feita em 8 pistas. Tiramos da equação as classificações de Ímola e de Silverstone, que tiveram seus tempos distorcidos em 2022 em razão da chuva. No caso do Red Bull Ring, na Áustria, que foi utilizado duas vezes em 2021, foi levado em conta o tempo de Max Verstappen no GP da Estíria, pouco abaixo do obtido por ele mesmo no GP da Áustria.

Esses são os tempos, pista a pista:

Comparação dos tempos das voltas de pole em 2021 e 2022
Foto: Luís Gustavo Ramiro
Gráfico mostra a diferença do tempo da volta do pole em pistas que receberam corridas em 2021 e 2022
Foto: Luís Gustavo Ramiro

Diferença média da melhor volta da corrida:

+1s950 (2,41% mais lento que em 2021)

Aqui, a comparação é mais abrangente, pois se dá em 10 pistas. O GP da Espanha puxa a média para cima, já que houve uma diferença de 5s6 entre as melhores voltas de 2021 e 2022. Se não levássemos em conta essa etapa, a média ficaria em 1s535.

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O GP da França viu uma inversão na lógica, com a volta mais rápida de 2022 sendo melhor que a de 2021. No entanto, trata-se de uma situação muito específica, já que Carlos Sainz, com o bom carro da Ferrari, fez uma parada extra no fim da prova e colocou pneus macios, passando a andar em ritmo superior ao dos demais pilotos.

Confira as diferenças pista a pista:

Comparação dos tempos das melhores voltas em 2021 e 2022
Foto: Luís Gustavo Ramiro
Gráfico mostra a diferença do tempo da volta mais rápida em pistas que receberam corridas em 2021 e 2022
Foto: Luís Gustavo Ramiro

Com os números postos à mesa, resta evidente que os carros de 2021 eram mesmo mais rápidos que os de 2022. No entanto, cabe a ressalva de que os atuais modelos ainda estão no início de sua curva de desenvolvimento. A tendência é que a performance melhore gradualmente nos próximos anos, possivelmente superando o nível de desempenho dos carros feitos sob o regulamento vigente até 2021.

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