Mercedes reage para manter seu domínio na F1. Ainda dá?

Para quem pensava que “o saco de maldades” de Toto Wolff estava encerrado, as duas últimas provas mostraram que não. Será que dá?

21 nov 2021 - 14h20
(atualizado em 22/11/2021 às 17h16)
Hamilton e Mercedes vencedores no Qatar. Os vencedores ainda têm surpresas a mostrar
Hamilton e Mercedes vencedores no Qatar. Os vencedores ainda têm surpresas a mostrar
Foto: Mercedes AMG F1 / LAT Images

Os dois últimos GPs mostraram que a Mercedes não pode ser descartada. Até aqui mesmo falamos que não poderíamos deixar estes campeões de lado até o final. E o resultado veio nas pistas: Lewis Hamilton obteve duas vitórias maiúsculas e chega para Arábia Saudita e Abu Dhabi em totais condições de lutar pelo seu oitavo campeonato e a Mercedes obter mais um campeonato de construtores.

A Mercedes optou por não desenvolver mais o carro. Trouxe o último grande pacote de desenvolvimento no carro em Silverstone e focou mais trabalho no motor. A Red Bull trouxe mais peças no meio do ano e se colocou em posição de liderança. Muita gente decretou que a parada estava vencida...

Publicidade

Mas a força do conjunto e do método veio no momento decisivo. O time acabou por usar Bottas como “boi de piranha” para liberar mais potência no motor a combustão e achar as soluções para os problemas de vibração (estima-se cerca de mais 20 cv, pelo menos). Conseguiu fazer funcionar sua suspensão traseira de modo a combinar com o efeito aerodinâmico, fazendo a traseira rebaixar para reduzir o arrasto e ganhar mais velocidade em reta. E no campo aerodinâmico. Outra novidade: um pequeno desviador de fluxo na traseira, perto dos pneus, ajudou a trabalhar um pouco a gestão dos compostos e tirar algum desempenho quanto à carga aerodinâmica e conseguir mais um tempo nas curvas, um dos pontos fracos do W12.

Análise do GP do Qatar: Alonso brilha e Hamilton encosta
Video Player

A Red Bull tem tratado de questionar muito o carro, especialmente a asa traseira. Inicialmente, o foco era a suspensão traseira. Porém, desde o Brasil, o time tem procurado levar informações para a FIA verificar. Em São Paulo, se verificou que, por um erro de montagem, a asa abria 0,2mm a mais do que o permitido. Isso motivou uma punição na largada da sprint.

A discussão ainda segue e a FIA já está mudando os modos de medição das medidas do aerofólio para dirimir as dúvidas sobre flexibilidade e aberturas sejam cada vez menores. O fato é que qualquer aspecto hoje é utilizado por qualquer uma das partes para ter alguma vantagem. Tanto que a própria Red Bull teve a sua asa questionada na sexta-feira por estar oscilando demais quando do acionamento do DRS.

O que queremos é ver disputas na pista. E não podermos esquecer que a F1 é um campeonato de construtores. No fundo, a disputa é para ver quem faz o melhor carro dentro das condições especificadas em regulamento. Mesmo com capital de influência germânica, Mercedes e Red Bull estão baseadas na Inglaterra e trazem as características das duas. Neste momento, os taurinos parecem ter batido no teto e as flechas negras mostraram que o “saco de maldades” ainda tinha um pouco mais de fundo. 

Publicidade

O viés de alta agora está com a Mercedes. A Red Bull vai tentando manter o ritmo para, no mínimo, dar o título de pilotos a Max Verstappen, o principal fruto de todo seu programa de pilotos. Arábia Saudita e Abu Dhabi prometem. A pista de Jeddah, em tese, é favorável aos atuais campeões. Mas, sempre ressaltamos, esta não é uma temporada normal...

Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações