Lando Norris e McLaren reclamam de regra da F1 

Norris chama de “injusta” e “estúpida” a regra que permite troca de pneus em bandeira vermelha. Chefe da McLaren vai solicitar mudança

7 dez 2021 - 17h53
Lando Norris, da McLaren
Lando Norris, da McLaren
Foto: McLaren / Twitter

O GP da Arábia Saudita foi bastante movimentado, em boa medida por conta das inúmeras interrupções por bandeiras amarelas e vermelhas. A primeira paralisação foi causada por um acidente de Mick Schumacher na temida curva 22. Foi o estopim para a primeira e maior reviravolta da corrida. 

Na ocasião, a direção de prova optou por acionar o safety car e colocar toda a pista em bandeira amarela. Alguns pilotos, entre eles os dois da Mercedes e Lando Norris, da McLaren, aproveitaram para parar nos boxes e trocar os pneus. Outros arriscaram e se mantiveram na pista, ganhando posições. Duas voltas depois, ainda sob safety car, uma bandeira vermelha foi acionada para reparos na barreira de proteção atingida por Schumacher. Todos os carros voltaram para o pit lane e a corrida foi interrompida. 

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No passado, a paralisação de uma corrida por bandeira vermelha impedia que os carros fossem mexidos pelas equipes. Eles deveriam retornar à corrida nas condições em que estavam antes da interrupção - exceto em casos de avarias maiores em que o reparo fosse autorizado pela direção de prova. Uma mudança na regra nos últimos anos, no entanto, alterou essa lógica: passou-se a permitir a troca de pneus e de peças, como a asa dianteira, mesmo sob bandeira vermelha. 

Norris caiu para as últimas posições após bandeira vermelha
Foto: McLaren / Twitter

Esse detalhe bagunçou a ordem da corrida árabe. Quem não havia trocado os pneus pôde fazê-lo com a corrida paralisada. Foi isso que permitiu a Max Verstappen relargar em 1º, à frente das duas Mercedes, mesmo estando em 3º antes do acidente. Norris, por outro lado, foi um dos maiores prejudicados: caiu de 6º antes da bandeira amarela para 14º na relargada, tendo sua corrida bastante comprometida com a perda repentina de posições. Lando ainda recuperou algumas posições e terminou em 10º, mas ainda fez menos pontos do que ele e a McLaren esperavam - ainda mais por ver a rival Ferrari mais uma vez pontuar com seus dois carros. 

Norris já havia sido prejudicado de forma bastante semelhante em duas situações de bandeira vermelha em 2020: no GP da Itália, em Monza, e no da Toscana, em Mugello. O inglês reclamou da regra que permite troca de pneus com a corrida parada: “Acho que é uma regra muito injusta e que deve ser mudada”, falou à Autosport. “[A regra] estraga tudo, para ser sincero. Você se esforça tanto para ter tudo tirado de você por uma regra estúpida.” 

O piloto da McLaren afirmou já ter conversado sobre o assunto com Michael Masi, o diretor de provas da F1: “Já levantei o tema quando aconteceu da primeira vez e da segunda vez. Posso falar o que eu preciso, o que quero, o que acredito, mas não sou eu quem escreve as regras. Claro que isso faz ser mais empolgante do ponto de vista da TV, e se é isso o que querem focar, nas visualizações altas, então que mantenham. Mas acho que estraga a corrida, no meu ponto de vista. Estraga todo o esforço que colocamos.” 

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Andreas Seidl, chefe da McLaren, no grid do circuto de Jidá
Foto: McLaren / Twitter

Andreas Seidl, chefe da McLaren, corroborou as críticas de seu piloto à regra: “Acho que, com o que aconteceu nos últimos dois anos, está claro que não é justo de uma perspectiva esportiva e vamos ver como podemos mudar isso”. 

Seidl deu um exemplo de como, em sua visão, a regra não faz sentido: “Você poderia, por exemplo, causar uma bandeira vermelha, estaria autorizado a reparar seu carro e, na prática, ficaria em uma situação melhor do que estava antes. E você ainda pode trocar os pneus. Acho que isso é algo não faz sentido do ponto de vista esportivo.” 

Por fim, o chefão reforçou que vai fazer o possível para rever a regra junto a seus pares: “Agora já não importa mais. Às vezes você se beneficia, às vezes não. Mas acho que, no geral, é errado do ponto de vista esportivo, e é por isso que acho que devemos nos sentar novamente como um grupo e pressionar por uma mudança.” 

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