Gasly e AlphaTauri em 2023: uma permanência boa para ambos

A confirmação oficial da permanência de Pierre Gasly para 2023 é algo é bom para os dois lados neste momento.

24 jun 2022 - 17h13
(atualizado às 17h24)
Pierre Gasly e Alpha Tauri seguem por mais um ano juntos. Neste momento, é o melhor para ambos
Pierre Gasly e Alpha Tauri seguem por mais um ano juntos. Neste momento, é o melhor para ambos
Foto: Red Bull Content Pool / Divulgação

Nesta sexta veio a confirmação do que todo mundo já sabia: Pierre Gasly fica mais um ano na AlphaTauri. Helmut Marko havia dito em abril e Franz Tost confirmou alguns dias atrás. Mas como tudo é marketing, o comunicado veio através de todos os meios formais.

Algum tempo atrás, nós falamos da questão de Gasly permanecer no Mundo Red Bull diante das perspectivas que apareciam à frente (ver aqui). E depois da confirmação de Perez na Red Bull por mais duas temporadas, não havia outras perspectivas aparentemente firmes à frente. Até porque o francês tinha ainda contrato com os taurinos por mais um ano.

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Muita gente questiona se Gasly tem capacidade de dar maiores passos na F1. Muitos o reconhecem como um piloto bom. Mas depois da sua passagem meteórica pela Red Bull, a sua continuidade ficou em xeque. E podemos em parte fazer um paralelo com o que aconteceu com Sergio Perez, que soube reconstruir a sua carreira após sua passagem pela McLaren em 2013.

Ok, há a questão contratual. Mas a permanência de Gasly na AlphaTauri não seja necessariamente algo ruim. Como até dissemos anteriormente, as perspectivas de saída neste momento eram baixas: a McLaren estava em um momento de crise com Daniel Ricciardo, mas aparentemente se alinharam, com a permanência bem encaminhada. Já a Aston Martin está ainda na indecisão da renovação de Sebastian Vettel, que já pareceu mais improvável.

Como o mercado para 2024 neste momento mais promissor em termos de postos vazios, cabe lamber mais uma vez as feridas e se preparar para sair numa boa do “Mundo Red Bull”, que iria para a 6ª temporada com os taurinos. Afinal de contas, Gasly se mostra muito bem aclimatado na AlphaTauri e a equipe o considera um líder. Só que Gasly também depende que o time faça um carro funcional para que ele se sobressaia. E agora a Red Bull não tem um piloto em sua base para fazer a subida que justifique a troca (falamos aqui).

Neste ponto é que está se prejudicando. O AT03 tem se mostrado um carro com bom potencial de treinos, mas não tem tido uma boa gestão de pneus. E Tsunoda, que fez um ano inicial bem irregular, tem se mostrado bem mais constante aqui. O brilho que o francês tinha acaba sendo empanado e dá razão a quem achou até certo ponto petulante a declaração de que poderia ser o segundo piloto da Red Bull no lugar de Perez.

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Que Gasly tenha a força mental que mostrou em 2019 e 2020 para dar o salto na carreira. Caso contrário, poderá ser um daqueles pilotos que chegaram na F1 cercados de expectativas, mas acabaram por “não estourar” e perambulam no meio do grid. Velocidade ele tem. E ainda pode pensar sim em dar um salto da AlphaTauri. Mesmo com a equipe prometendo voos mais altos, ela tem a função principal de desenvolver talentos para a Red Bull.

Ainda há uma possibilidade que não pode ser descartada e tem tomado forma nos últimos dias: com o iminente anúncio da entrada da Porsche em conjunto com a Red Bull, a AlphaTauri poderia ser oferecida à Honda, que está considerando em retornar oficialmente à F1 em 2026 com os novos regulamentos técnicos.

Neste quadro, ser um piloto de fábrica não seria uma má ideia. Mas, como dissemos acima, contaria que a AlphaTauri tenha um crescimento técnico e pudesse manter o francês em evidência. Neste caso, seria ainda mais se amarrar à Red Bull. Ok, há uma dívida de gratidão aí, pois senão fosse o apoio dos taurinos, Gasly dificilmente teria chegado aonde está. Mas é preciso olhar à frente. Neste momento, permanecer é o melhor negócio para os dois.

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