Equipes F1 2021: Alfa Romeo - melhorou, mas não adiantou

A equipe suíço-italiana teve uma melhora no desempenho. Porém, isso não se traduziu em resultados

31 dez 2021 - 09h00
A Alfa Romeo melhorou em 2021, mas não o que esperava
A Alfa Romeo melhorou em 2021, mas não o que esperava
Foto: Alfa Romeo F1

Carro: Alfa Romeo C41

Motor: Ferrari Tipo 065

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Diretor Técnico: Jan Moncheaux

Chefe de Equipe: Frederic Vasseur

Pilotos: Antonio Giovinazzi, Kimi Raikkonen e Robert Kubica

A Alfa Romeo veio para a temporada 2021 disposta a dar uma virada no desempenho, indo mais para frente do grid. O C39 mostrou falhas de geração de pressão aerodinâmica e tinha que conviver com um motor Ferrari mais fraco após o “acordo” com a FIA. 

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Para este ano, a equipe optou por usar um dos pacotes de atualização permitidos pelo regulamento. O grupo comandado pelo diretor técnico Jan Moncheaux focou seus esforços em um novo aerofólio dianteiro, que bebeu na fonte de Mercedes, Ferrari e da solução de divisão de entrada de ar na McLaren MCL33 de 2018. E, como a Haas, optou por manter o conjunto suspensão traseira e câmbio de 2020 da Ferrari, mas adotando o motor revisado.

Desde os primeiros testes, o objetivo pareceu ter sido alcançado. O carro se mostrou fácil de dirigir e com um bom ritmo. Esperava-se ver as Alfas efetivamente no meio do pelotão e conseguir mais do que os 8 pontos de 2020. 

Se mergulharmos na frieza dos dados, a Alfa Romeo foi quem conseguiu o maior ganho de desempenho do ano em ritmo de qualificação. Segundo a própria F1, de 2,9% atrás dos mais rápidos em 2020, os suíços/italianos ficaram 1,9% atrás. Isso foi representado em uma maior participação dos carros no Q2 ao longo do ano. 

Mas esta melhoria na classificação não se traduziu em um palpável resultado em pontos. OK, a equipe conseguiu 13 pontos (quase o dobro do ano anterior), mas caiu uma posição no Campeonato de Construtores. O melhor resultado do ano foi 8º lugar de Raikkonen (Rússia e México). Alguns pontos a mais poderiam ter sido obtidos, mas, mesmo com os carros andando mais próximos do pelotão, a equipe insistiu em algumas estratégias bem insólitas, mas sem sucesso.

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A dupla de pilotos era a mesma de 2020: Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi. O italiano ia para seu terceiro ano com o time e o finlandês faria seu último ano na categoria. Ambos tiveram uma atuação bem decente. Giovinazzi foi refém das estratégias do time e se equivocou algumas vezes, mas merecia uma sorte melhor do que chegar 2 vezes nos pontos (Mônaco e Arábia Saudita). Sua saída de certa forma é injusta. Não se pode ignorar que a Ferrari o deu este posto e ainda o tem em alta atenção (tanto que será reserva do time para 2022). Em outros tempos, ficaria na categoria.

Já Raikkonen foi um dos pontos de atenção do ano. Em seu último ano, o finlandês não teve bons desempenhos nas qualificações, mas se redimiu nas corridas e foi o principal responsável pelos pontos do time. Por conta da COVID, não correu na Holanda e Itália (sendo substituído por Robert Kubica). Mas foi bem elogiado pelo time. 

Do lado de fora, Frederic Vasseur seguiu comandando o time. Embora ainda operando abaixo do teto orçamentário, a equipe fez mais investimentos em equipamentos e pessoal e esperava ter o esforço dos últimos anos recompensado. Mas o grupo de investidores suecos que seguem à frente do time confiam ainda no francês.

Ainda neste aspecto, o time chamou mais atenção do que nas pistas. Um negócio com Michael Andretti para a compra da equipe foi dado como certo por volta de outubro e, segundo o próprio americano, foi cancelado “na última hora” . A renovação do contrato de apoio com a Alfa Romeo, que esteve em questão por conta da fusão PSA/FCA, foi garantida até 2024 pelo menos, com “reavaliação anual”.  E uma mudança maior veio no fim do ano com a saída do presidente da Sauber, Andrea Picci.

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Saída esta que foi motivada pela discordância de rumos com Vasseur. A gota d´água foi a escolha do chinês Guanyu Zhou para a titularidade em 2022. Picci era favorável à permanência de Giovinazzi, mas o chinês traz um polpudo patrocínio (estimado em US$ 30 milhões) e significa a entrada efetiva no populoso mercado local. Para fazer par, veio Valtteri Bottas, desta vez com a chance de ser o comandante do grupo.

A expectativa da Alfa Romeo/Sauber para 2022 é conseguir sim dar o salto de qualidade e ir para frente. Como os demais, espera a mudança de regulamento para conseguir entrar na briga pelo “melhor do resto”. É o que todos esperam, inclusive Frederic Vasseur, que pode começar a ser seriamente questionado em seu posto, o que não acontecesse desde 2017.

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