Alonso compara os carros da F1 de 2005, 2021 e 2022

Fernando Alonso, piloto mais experiente do grid, explica as diferenças entre carros de eras distintas da Fórmula 1

7 jan 2022 - 13h29
Em 2020, Alonso pilotou o Renault R25 de 2005, de seu primeiro título. O carro estava com pneus slick, diferentes dos da época
Em 2020, Alonso pilotou o Renault R25 de 2005, de seu primeiro título. O carro estava com pneus slick, diferentes dos da época
Foto: Fernando Alonso / Twitter

Com a aposentadoria de Kimi Raikkonen, Fernando Alonso assume o posto de piloto decano da Fórmula 1. Aos 40 anos, o espanhol será o mais velho do grid de 2022 e deve quebrar o recorde de mais corridas na história da categoria. Tendo estreado em 2001, Alonso passou por diferentes fases da categoria, experimentando diferentes tipos de motor, pneus, chassis e regulamentos esportivos desde usa estreia em 2001. Por sua vasta experiência, talvez não exista ninguém como maior propriedade para explicar as diferenças entre as fases recentes da Fórmula 1 do que ele. 

Quando Alonso começou sua carreira, os motores que equipavam os carros da F1 eram V10 aspirados de 3 litros. Foi com essa configuração que conquistou seu primeiro título, em 2005, pela Renault. No ano seguinte, quando faturou o bi, os motores já haviam mudado para V8 de 2,4 litros. Depois disso, os carros passaram por mais algumas alterações impostas pelo regulamento técnico. Dentre as principais, estão a volta dos pneus slick em 2009, a proibição do reabastecimento em 2010, a introdução dos sistemas híbridos com motores V6 turbo em 2014 e o aumento da largura dos carros em 2017, chegando a uma configuração próxima à vista até 2021. 

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Em entrevista com participação do Parabólica, o espanhol explicou algumas diferenças entre o carro de seu primeiro título e o modelo que conduziu em 2021, pela Alpine. Para ele, chama a atenção a elasticidade do motor turbo atual quando comparado aos aspirados giradores de duas décadas atrás. 

“No passado, o V10 girava muito alto, uns 19.000 rpm. Só atingíamos a potência máxima nos últimos 2.000 rpm, então era uma janela muito estreita de operação naqueles motores. Os motores turbo de agora são muito mais abertos em termos de torque, desde um giro muito baixo você consegue a mesma potência”, afirmou. 

E destacou a melhora no consumo de combustível dos carros do presente: “O sistema híbrido é muito eficiente. Com um terço do combustível que usávamos em 2005 você consegue completar a corrida, e isso é um grande avanço para a sustentabilidade na Fórmula 1.” 

Pilotando uma Alpine, Alonso duela com Lewis Hamilton na Hungria, em 2021
Foto: Fernando Alonso / Twitter

Se, por um lado, a inclusão de baterias e sistemas auxiliares trouxe mais eficiência ao carro, por outro, adicionou peso. Claro, a maior massa também se deve à adoção de novos recursos no âmbito da segurança e pneus maiores, por exemplo. E tudo isso teve um reflexo na forma de conduzir um Fórmula 1, como conta Alonso: 

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“Os carros são muito pesados atualmente, comparados àquela época. Acho que são 140 kg a mais hoje que em 2005 [na verdade, são 157 kg]. Os carros parecem muito longos, muito pesados, muito lentos na mudança de direção. Antes, eram mais ligeiros. Isso é bem diferente. Mas, com o tempo, você acaba se acostumando com as novas regras e novas formas de atingir tempos de volta mais ou menos parecidos.” 

A Fórmula 1 passa por uma nova mudança técnica para 2022. As maiores novidades serão na parte aerodinâmica, que passará a adotar um conceito completamente diferente do visto até 2021. Além disso, o conjunto de pneus e rodas será novo, maior, enquanto o motor a combustão queimará 10% de biocombustível, buscando reduzir emissões de poluentes. As novas regras preveem carros ainda mais pesados para esse ano. Alonso falou sua expectativa para os novos F1: 

“Os carros vão mais uma vez nessa direção, mais pesados novamente, comparados aos de 2021. Então, acho que serão um pouco mais lentos, até porque há também o biocombustível, que talvez reduza em uns 10% a potência do motor. Então, teremos um pouco menos de potência, um pouco mais de peso, mas vai ser a mesma coisa para todo mundo”, afirmou o bicampeão. “A maior diferença para 2022 é que a F1 quer que os carros sigam uns aos outros mais de perto com mais restrições aerodinâmicas. Espero que isso melhore o espetáculo, que é o objetivo.” 

Os novos carros serão apresentados pelas equipes nas próximas semanas e entrarão em ação oficialmente a partir de 23 de fevereiro, na primeira parte dos testes pré-temporada, em Barcelona. Serão três dias de atividade na Espanha, depois mais três no Barein, entre os dias 11 e 13 de março. O primeiro GP do ano acontece também no Barein, em 20 de março. 

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