VW Taos lembra a perua Quantum? Veja por que o SUV é melhor

Dois ícones da Volkswagen, SUV Taos é menor do que a perua Quantum de 20 anos atrás, mas ganha em tudo, até na capacidade do porta-malas

16 out 2021 - 20h27
Volkswagen Taos 1.4 TSI
Volkswagen Taos 1.4 TSI
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Fãs de peruas, saudosistas, olham para o Volkswagen Taos e sonham com a perua Quantum, também da Volks. Afinal, os SUVs enterraram de vez a possibilidade de retorno das peruas ao mercado. Cerca de 20 anos se passaram entre o último VW Quantum (uma perua de porte médio) e o moderno Taos, primeiro SUV médio fabricado pela Volkswagen na América do Sul.

Apesar de o Taos ser um SUV e a Quantum ser uma Station Wagon (perua), a lembrança de consumidores mais velhos faz algum sentido. Afinal, ao contrário do Jeep Compass, o Taos é um SUV com baixa altura do solo e proposta mais estradeira do que um autêntico utilitário. Nem sequer tração 4x4 o Taos oferece. Mas, apesar do saudosismo e de algumas semelhanças, o Taos dá um verdadeiro banho naquele que era o Volkswagen mais imponente dos anos 90.

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A Quantum era maior apenas no comprimento. Tinha 4,637 m contra 4,461 m do Taos. A vantagem de 17,6 cm, entretanto, era apenas porque o balanço traseiro era muito grande (característica das peruas) e o motor 2.0 ficava na posição longitudinal, exigindo um capô mais alongado. A vantagem no comprimento não representava maior conforto interno, pois o entre-eixos do Taos é maior: 2,680 m contra 2.550 da Quantum. Até no porta-malas o SUV ganha: a Quantum carregava 470 litros, o Taos carrega 498. 

Volkswagen Taos 1.4 TSI
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Além disso, o Taos é mais largo (1,841 m contra 1,700 m) e mais alto (1,626 m contra 1,449 m). Claro que a Quantum tinha o vão livre bem mais baixo, de apenas 13 cm, contra 18,5 cm do Taos. Portanto, se o Taos é considerado um SUV com vão livre limitado, ele ainda é bem mais elevado do que era a antiga perua da Volkswagen.

Outra enorme diferença está na posição de dirigir. Na Quantum, o motorista dirigia “afundado” no cockpit, com o volante de direção na altura do peito. No Taos, a posição de dirigir é elevada - mas o carro oferece ajustes elétricos para quem deseja ter um pouco da sensação de dirigir uma perua.

Volkswagen Quantum 2.0i
Foto: VW / Divulgação

Na verdade, comparando esses dois Volkswagen com 20 anos de diferença, percebe-se o avanço da eletrônica e como a montadora mexeu em alguns parâmetros para manter a estabilidade num carro que é bem mais elevado, inclusive com o centro de gravidade bem mais alto. A Quantum tinha tração dianteira, suspensão McPherson na frente, pneus 185/65 e rodas aro 14 com suspensão traseira por eixo de torção. O Taos manteve a tração dianteira e a suspensão McPherson, mas na traseira a suspensão é independente, multilink, e os pneus são mais largos e maiores, medidas 215/55 em rodas aro 18.

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A Quantum era uma perua boa de dirigir, com boas respostas do motor AP-2000, que era aspirado, tinha comando único e entregava 114 cv de potência. O motor do Taos, instalado na posição transversal para economizar espaço, é o EA211 turbo flex, com duplo comando no cabeçote e variação na admissão e no escape. Ele tem 150 cv de potência. O avanço na eficiência do motor é gritante. A Quantum 2.0 tinha câmbio manual de 5 marchas e o Taos 1.4 turbo tem câmbio automático de 6 marchas, mas com opção de trocas manuais na alavanca e no volante, além de modo Sport.

Sem contar que o torque do celebrado motor AP-2000 era de 172 Nm a 3.000 rpm, enquanto o do atual motor EA211 é de 250 Nm a 1.500 rpm. Por causa disso, embora a memória saudosista talvez diga o contrário, o Taos é muito mais ágil na tocada, apesar de a relação peso/potência ser apenas um pouco menor: 9,5 kg/cv contra 10,0 kg/cv.

Volkswagen Taos 1.4 TSI
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

A evolução do carro familiar da Volkswagen no consumo também é enorme. Para se ter uma ideia, a Quantum tinha um tanque de 72 litros, enquanto o tanque do Taos tem apenas 51. Afinal, a perua que saiu de linha em 2003 fazia 6,9 km/l na cidade e 12,9 km/l na cidade. O SUV Taos faz 10,2 km/l de gasolina na cidade e 12,2 km/l na estrada. Porém, as medições de consumo se tornaram mais rigorosas e todos os carros são medidos por um instituto independente, o Inmetro, com um redutor que considera o trânsito e outros itens.

Como se vê, apesar de o Volkswagen Taos lembrar uma perua do passado, ele é muito superior tecnicamente à antiga perua Quantum, que era a versão Station Wagon do Volkswagen Santana (sedã). Por mais que consumidores tenham saudade dos carros menos eletrônicos de outros tempos, os carros atuais são muito mais rápidos, ágeis, seguros, confortáveis e econômicos. Além do avanço técnico, é preciso destacar também o aproveitamento de espaço.

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Volkswagen Taos 1.4 TSI
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Rodamos com o Volkswagen Taos Launching Edition (completíssimo) no trajeto de São Paulo a Londrina (600 km). Foi nossa primeira viagem longa com o Taos, comprovando que os SUVs modernos entregam quase tudo que as antigas peruas entregavam duas décadas atrás. A proposta, de certa forma, é a mesma. Claro que ainda existem peruas - e elas são tão modernas quanto os SUVs -, mas não na linha Volkswagen. Para os fãs de peruas, só resta a saudade, mas pelo menos o Taos traz a proposta de conforto para a família que a Quantum entregou em sua longa jornada, de 1985 a 2003.

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