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Unicórnio indiano de cursos de programação, Byju's mira parceria com prefeituras no Brasil

Avaliada em US$ 16,5 bilhões, empresa alcançou 4,5 mil alunos em três meses no Brasil, mas tem meta de bater 30 mil no próximo ano

19 nov 2021 - 04h36

Com menos de três meses de operação no Brasil, a startup indiana Byju's, que é a maior edtech do mundo, alcançou 4,5 mil de alunos de codificação nesse período. Porém, como a expectativa em relação à operação brasileira é bem alta, a empresa sabe que não pode parar por aí. Por isso, negocia parcerias com prefeituras e governos para expandir a operação.

A Byju's é uma empresa avaliada em US$ 16,5 bilhões. Como diversas empresas de tecnologia, ganhou muito valor durante a pandemia - desde julho de 2019, triplicou de valor de mercado. A startup é especializada em ensino a distância (EAD), mas de um jeito peculiar. O foco é exclusivo nos jovens entre 8 e 15 anos e em disciplinas como programação, matemática e música, que estreia no Brasil após ter amealhado milhões de alunos na Índia.

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"Não temos a intenção de substituir a escola, que segue sendo fundamental na educação das crianças. A maioria dos nossos cursos é para ser feita de maneira complementar e extracurricular", afirma Fernando Prado, diretor-geral da subsidiária brasileira da Byju's.

Além disso, ao contrário das maiores empresas de EAD no mundo e também no Brasil, a empresa não pensa em escalar o negócio por meio de aulas gravadas. Os cursos são feitos no modelo um a um e custam a partir de R$ 599 por mês. A duração varia entre 1 e 18 meses.

No entanto, para alcançar um público de renda mais baixa, a companhia começa a testar um modelo com até quatro alunos há pelo menos um mês. Para atender toda a demanda, a empresa já tem 500 professores.

Na Índia, a Byju's oferece suas aulas de programação a 2 mil escolas. No Brasil, a rota deve ser similar. "É um objetivo dentro da empresa globalmente e localmente. Queremos democratizar o ensino e já temos conversas com órgãos no Brasil e vemos como um caminho bem promissor", afirma Prado.

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Dessa maneira, a empresa quer chegar a 30 mil alunos nos próximos 12 meses, o que representaria um faturamento mensal de cerca de R$ 18 milhões, considerando uma mensalidade média de R$ 599.

Música e artes

Para o futuro, a empresa também pretende trazer cursos que já são oferecidos em outros países, como cinema, ciências e artes. Por enquanto, vai investir em cursos de música, como aulas de violão e piano. "E serão feitos com a nossa metodologia", diz Prado.

Na Índia, segundo o executivo, já começam a ser feitos testes de aulas para adultos, mas o foco continuará sendo nas crianças e nos adolescentes. "Muitos adultos querem e pedem para fazer os cursos também, mas eles são todos pensados para as crianças e em como ela se envolve na aula. É uma diversão para elas", afirma o executivo.

Para o professor de empreendedorismo do Insper Marcelo Nakagawa, apesar dessa estratégia significar uma diminuição do potencial de clientes, há um espaço cada vez maior para crescer nessa área. "É uma área cada vez mais valorizada pelos pais, talvez junto com idiomas, natação e educação financeira", afirma Nakagawa.

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