Brasileiro pretende comprar mais pela internet neste Natal

Estudo mostra que 38% dos consumidores planejam comprar menos neste fim de ano em relação a 2020.

21 dez 2021 - 06h00
A pandemia também acelerou algumas tendências que já eram verificadas entre os consumidores
A pandemia também acelerou algumas tendências que já eram verificadas entre os consumidores
Foto: Mediamodifier / Pixabay

O brasileiro está cauteloso em relação às compras de fim de ano. Pesquisa realizada com consumidores em todo o país mostra que 38% dos entrevistados afirmam que irão gastar menos nas compras de fim de ano, enquanto 36% dizem que podem gastar mais do que no Natal de 2020. Apesar do otimismo em relação à pandemia com o avanço da vacinação, o país ainda enfrenta desafios como inflação e desemprego em alta.  

Os números fazem parte do estudo EY Future Consumer Index 2021 (FCI), produzido pela EY-Parthenon. O levantamento foi realizado no segundo semestre deste ano, com base em entrevistas feitas em 21 países. No Brasil foram ouvidos 1.022 consumidores, entre homens e mulheres de todas as classes sociais e em diversas regiões.

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De acordo com o FCI, a pandemia também acelerou algumas tendências que já eram verificadas entre os consumidores. Mais de 60% dos entrevistados preferem fazer suas compras por meios digitais, enquanto 28% afirmam que pretendem fazer suas compras tanto em lojas físicas como virtuais. O aumento das compras online, porém, resultou em mais problemas e desafios para as empresas: 33% dos entrevistados no Brasil desaprovam o valor da taxa de entrega.  

Além disso, 28% dos brasileiros que fizeram compras pela internet reclamam de danos provocados no transporte dos produtos. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos é um problema citado por 16% dos compradores. 

Em nível global, os consumidores também estão mais preocupados com o impacto ambiental e social que suas ações podem gerar e buscam produtos de maior durabilidade e qualidade. Mais da metade – 52% - está disposta a pagar a mais por produtos que tenham alta qualidade.

“O estudo nos mostrou que 65% dos entrevistados estão prestando mais atenção ao impacto social que os produtos e serviços que consomem causam à sociedade. As pessoas não se importam mais apenas com o produto, mas o que ele pode agregar ao meio ambiente e à sociedade”, diz Sérgio Menezes, sócio de Transações Corporativas da EY-Parthenon.

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Segundo o consultor, diante dos resultados da pesquisa, as empresas de varejo devem estar atentas e preparadas no dia a dia de suas operações para eventuais mudanças e atender melhor os anseios do consumidor. “É necessário facilitar a presença dos clientes nos canais físico e digital, investir em dados e tecnologias, desenvolver um outro olhar sobre as festas de fim de ano e criar um modelo de negócios focado em melhores experiências, e não em um maior volume de vendas”, explica Menezes.

As pessoas querem voltar a ter uma vida normal, mas agora dando maior importância à qualidade dos produtos e suas experiências, com especial atenção ao futuro do planeta”, diz Cristiane Amaral, sócia e líder para o setor de Consumo, Produtos e Varejo da EY na América Latina.

As vendas registradas na Black Friday 2021 também podem servir como termômetro para o fim do ano. Apesar do faturamento do comércio eletrônico ter somado R$ 5,4 bilhões entre quinta-feira (25/11) e sexta-feira (26/11) - aumento de 5,8% em relação à campanha de 2020 - o volume de pedidos, porém, ficou 0,5% abaixo do visto na Black Friday de 2020, somando 7,6 milhões de encomendas. Os dados são da empresa de análises Neotrust.

“Questões como a inflação e os juros altos influenciaram e as empresas não conseguiram dar tantos descontos este ano”, explica Frederico Mascarenhas, consultor da EY-Parthenon. Segundo ele, também houve venda expressiva de produtos mais baratos e mais fáceis de serem transportados, como itens de casa e decoração. “Esse cenário deve se repetir nas vendas do Natal”, diz Mascarenhas.

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Outra pesquisa divulgada recentemente, feita pela startup francesa Mirakl, fornecedora de software como serviço para marketplaces, mostra que, mesmo quando a pandemia passar, 94% dos consumidores pretendem continuar ou aumentar suas compras online. 

Os números fazem parte do levantamento “Holiday Shopping Snapshot por Mirakl”, divulgado pela startup em novembro e feito com 9 mil entrevistados distribuídos por diversos países como Alemanha, Austrália, Brasil, Cingapura, Espanha, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido.

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