Startup Cayena levanta R$ 20 mi para 'temperar' cozinhas com tecnologia

Na plataforma da Cayena, os estabelecimentos fazem uma lista de compras e o sistema mostra a combinação de distribuidores ideal para atender o pedido

13 set 2021 - 17h01

Do lado de fora dos restaurantes, a digitalização avançou nos últimos anos: plataformas de delivery com iFood, Rappi e Uber Eats conseguiram conectar os estabelecimentos com os consumidores por meio de aplicativos. Com a ideia de levar essa mesma transformação para dentro das cozinhas, a startup Cayena anuncia nesta segunda-feira, 13, um investimento de R$ 20 milhões.

A rodada foi liderada pelo fundo europeu Picus Capital e teve a participação de outros nomes como MSA Capital (investidor do Nubank), Coca-Cola Femsa, Astella Investimentos, FJ Labs, Canary e Norte Ventures.

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Fundada em 2019 por Pedro Carvalho, Raymond Shayo e Gabriel Sendacz, a Cayena é dona de um marketplace que conecta cozinhas a fornecedores de produtos. A startup atende estabelecimentos como restaurantes, bares, hotéis e dark kitchens - uma proposta que lembra a da startup colombiana Frubana, que iniciou operações no País em junho.

"Hoje, a maioria dos restaurantes que precisa repor o estoque de insumos vai até atacados. Em geral, esses mercados ficam longe dos centros, é difícil comparar preços e há pouca opção de marcas", afirma Carvalho, que conheceu os outros sócios durante a faculdade, no Insper. "Escolhemos esse setor para atuar depois de uma pesquisa bem analítica, em que estudamos diferentes mercados para identificar um grande problema".

Na plataforma da Cayena, os estabelecimentos fazem uma lista de compras e o sistema mostra a combinação de distribuidores ideal para atender o pedido - para isso, a startup cruza informações como prazo de entrega e forma de pagamento. O marketplace é fechado: a Cayena faz uma triagem de fornecedores, com etapas de testes, antes de incluí-los como opção para os restaurantes. Quem faz o trabalho de logística são os fornecedores, e a maioria das entregas são feitas de um dia para o outro.

Em vez de cobrar mensalidade, a Cayena optou por um modelo de negócios que cobra uma taxa sobre o valor transacionado na plataforma. A empresa acredita que será favorecida pela mudança de mentalidade que a pandemia trouxe para o setor: "Os restaurantes que ficaram abertos começaram a perceber que o processo de compras offline e desorganizado prejudica os negócios, ainda mais quando há falta de abastecimento", diz Shayo.

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Fermento

Com os novos recursos, o plano é crescer o quadro de funcionários: a Cayena tem hoje 25 pessoas e espera contratar 100 no próximo ano, principalmente na área de tecnologia.

Apesar de ainda estar focada no Estado de São Paulo, a startup já mira expandir para a América Latina no longo prazo. O primeiro passo foi a mudança para um nome com apelo internacional: a empresa iniciou a operação com o nome Poupachef e, neste ano, trocou por Cayena.

"Resolvemos uma dor comum da região, cujo mercado é super fragmentado com milhares de distribuidores", afirma Carvalho. "Nosso maior desafio hoje é não abraçar todos problemas ao mesmo tempo, e focar em construir produtos bons aos poucos. É um setor carente de serviços, incluindo a parte financeira, que também está no nosso radar".

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