Colombiana Tul recebe US$ 181 milhões e aposta no Brasil para virar unicórnio

Startup, que funciona como um marketplace de materiais de construção para pequenas lojas, vai usar maior parte do dinheiro do aporte para a estreia no País

11 jan 2022 - 11h10

A startup colombiana Tul, que é um marketplace focado em pequenas lojas de materiais de construção, está seguindo o caminho de outras conterrâneas e se prepara para estrear no Brasil. Apesar de ser um desejo antigo, isso só será possível após a empresa receber um aporte de US$ 181 milhões (cerca de R$ 1 bilhão no câmbio atual), liderado pela empresa de capital de risco 8VC e pelo fundo americano Avenir Growth Capital.

De acordo com Bruno Raposo, diretor geral da empresa no Brasil, o País vai receber "a maior parte" desse valor para que a operação seja iniciada o mais rápido possível. E o modelo de negócio da Tul exige um grande investimento: a empresa, que já opera na Colômbia, Equador e México, funciona como uma espécie de "dark store", modelo que tem crescido no Brasil com startups como Rappi e Daki, do setor de construção.

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Isso quer dizer que a empresa compra diretamente com grandes indústrias do setor, que produzem desde vergalhões de aço e cimento até parafusos, e faz o estoque em galpões espalhados pelas grandes metrópoles. A ideia é que as pequenas lojas de materiais de construção utilizem um marketplace para repor os seus produtos com entrega garantida em menos de 24 horas.

Bruno Raposo, diretor geral da Tul no Brasil: empresa quer virar unicórnio com operação no Brasil
Bruno Raposo, diretor geral da Tul no Brasil: empresa quer virar unicórnio com operação no Brasil
Foto: Gabriel Reis/Divulgação / Estadão

"Isso faz com que esses empresários consigam liberar a loja para ter menos estoque e também tirar a pressão do capital de giro, pois não haverá pedidos mínimos ou datas específicas de entrega, como ocorre com algumas empresas", diz Raposo.

Atualmente, são 140 mil lojas de material de construção espalhadas pelo Brasil. Na grande São Paulo, região em que a Tul vai estrear, são cerca de 14 mil. Segundo Raposo, a empresa já adquiriu uma base de dados com os endereços desses estabelecimentos e uma equipe vai começar a visitá-los para apresentar o material.

Por ora, a empresa está negociando a locação de um galpão, que deve ficar no município de Osasco ou no de Guarulhos. "Com a expansão futura, provavelmente vamos ter que ter um em cada região", afirma Raposo.

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A startup também está em contato com grandes fabricantes de material de construção. Como já tem uma operação robusta na Colômbia, com mais de 40 mil lojistas em sua base, a empresa conta com parcerias com empresas brasileiras por lá, como Gerdau e Tigre, além da Arcellor Mittal, baseada em Luxemburgo, mas que possui uma operação bem grande no País.

Futuro unicórnio?

De acordo com Raposo, a Tul vê o Brasil com o potencial de ser a sua maior operação em um período curto. O início das operações da empresa por aqui deve ocorrer em março e até o fim do ano a meta é alcançar 10 mil de lojistas.

"O Brasil é a grande aposta para a Tul chegar ao nível de um unicórnio", diz o executivo. "O Brasil tem cidades muito grandes e com regiões em que a classe emergente depende muito dos pequenos lojistas para fazer as suas obras e que tem total confiança neles."

Além disso, a Tul quer se tornar uma ferramenta de inteligência para a indústria. Raposo afirma que será possível trazer todo o tipo de informação para a indústria, como em quais regiões o produto delas é mais consumido ou não.

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"Vamos dar uma informação mais rica e sem violar nenhuma questão de privacidade sobre como está a distribuição dos produtos deles", afirma.

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