OMS pede ação urgente contra varíola dos macacos na Europa

1 jul 2022 - 16h00
(atualizado às 16h16)

Em apenas duas semanas, casos da doença triplicaram no continente europeu. Somente na região, foram confirmadas mais de 4,5 mil infecções em 31 países.A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta sexta-feira (01/07) uma ação urgente na Europa para conter a propagação da varíola dos macacos.

Europa concentra atualmente em torno de 90% dos casos globais da varíola dos macacos
Europa concentra atualmente em torno de 90% dos casos globais da varíola dos macacos
Foto: DW / Deutsche Welle

Os casos da doença na região triplicaram nas últimas duas semanas. Somente na Europa, foram confirmadas mais de 4,5 mil infecções em 31 países.

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"A região europeia da OMS representa quase 90% de todos os casos confirmados globalmente em laboratório e reportados desde meados de maio", alertou Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, que atua na cobertura de 53 países.

Em duas semanas, os casos de infecções somente no continente europeu triplicaram, fazendo com que a Europa seja atualmente o epicentro da doença. No resto do mundo, já foram registrados mais de 5 mil casos.

"Hoje, estou intensificando meu apelo aos governos e à sociedade civil para que aumentem os esforços nas próximas semanas e meses para evitar que a varíola dos macacos se estabeleça em uma área geográfica ainda maior", afirmou Kluge.

Segundo Kluge, 99% dos infectados são homens com idade entre 21 e 40 anos, embora tenha sido registrado casos entre mulheres e crianças.

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A grande maioria dos casos tem apresentado erupção cutânea e sintomas como febre, fadiga, dores musculares, vômitos, diarreia, calafrios, dor de garganta ou dor de cabeça, adiantou a OMS.

"A OMS continua a avaliar o risco de varíola dos macacos na região europeia como elevado, dada a ameaça continuada à saúde pública e a rápida expansão da doença, com desafios que dificultam a nossa resposta e com casos adicionais a serem relatados entre mulheres e crianças", acrescentou Kluge.

Vacinas ainda são analisadas

A OMS ainda não conceituou a varíola dos macacos como emergência sanitária global. Kluge, no entanto, insistiu para que os países europeus reforcem a vigilância em relação ao surto, o que inclui o aumento de sequenciamento genético para identificar casos o mais rapidamente possível.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) analisa se alguma vacina contra a varíola comum é eficaz contra a varíola dos macacos. A OMS, porém, alerta que os suprimentos para a produção dessa vacina, no momento, são baixos.

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No dia 14 de junho, a Comissão Europeia confirmou que fechou um acordo para a compra de 110 mil doses vacinais contra a varíola dos macacos. A produção é feita pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic. Alemanha e Reino Unido, entre outros países, já começaram a vacinar pessoas vulneráveis, consideradas do grupo de risco.

Infecções pelo vírus fora da África costumavam ser raras até maio deste ano. Em vários países africanos, o vírus é considerado endêmico.

A falta de fiscalização e de diagnóstico laboratorial, no entanto, faz com que muitos casos não sejam detectados. Somente este ano, nações africanas relataram mais de 1,8 mil casos suspeitos de varíola dos macacos, com mais de 70 mortes. Apenas 109 casos, porém, foram confirmados em laboratório.

EUA pediram mais 2,5 milhões de doses

Os Estados Unidos são outro país que registrou aumento rápido no número de casos de varíola dos macacos desde a metade de maio. Para conter o surto, o governo americano encomendou mais 2,5 milhões de doses vacinais produzidas pela Bavarian Nordic, informou o Departamento de Saúde e Serviços Humanos nesta sexta-feira.

Chamada de Jynneos, a vacina já foi liberada pelas autoridades de saúde dos EUA tanto para a varíola quanto para casos de varíola dos macacos. A ideia é vacinar principalmente os grupos de riscos e moradores de áreas que têm registrado alto número de casos.

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A Bavarian Nordic informou que o total de pedidos feitos pelos EUA já chegou a 4,4 milhões de doses. As entregas devem começar a partir do último trimestre deste ano e seguir até o início de 2023.

gb/cn (DPA, AP, AFP, Reuters)

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