O supertufão Fung-wong se aproxima neste domingo (9) das Filipinas, levando ao deslocamento de quase um milhão de pessoas. A previsão é de que ele atinja a costa durante a noite, de acordo com o serviço meteorológico nacional.
Fung-wong, cujo diâmetro abrange praticamente todo o país, está se dirigindo para o arquipélago vindo do leste, com ventos de 185 km/h e rajadas que chegam a 230 km/h.
Um total de 916.863 pessoas havia sido retirado de suas casas até o início da tarde, disse Rafaelito Alejandro, um alto funcionário da Defesa Civil, em uma coletiva de imprensa.
Escolas e prédios públicos permanecerão fechados na segunda-feira (10) em grande parte do país, incluindo a capital, Manila, e quase 300 voos já foram cancelados, segundo as autoridades.
Imagens compartilhadas em redes sociais mostram moradoras tentando fixar suas casas ao solo com cordas para que resistam às rajadas de vento. Em um vídeo autenticado pela AFP, uma igreja na cidade de Birac aparece cercada pela água da enchente, que subiu até a metade da entrada do edifício.
Na ilha de Mindanao, ao sul, as inundações causadas pelas fortes chuvas associadas à chegada de Fung-wong interromperam o trânsito no sábado, observou um fotógrafo da AFP.
Em Sorsogon, no sul da principal ilha de Luzon, algumas pessoas buscaram refúgio em uma igreja já no sábado, informou uma equipe da AFP.
Enchentes
O supertufão deve despejar "200 milímetros ou mais de chuva, o que pode causar inundações generalizadas, não apenas em áreas baixas", alertou Benison Estareja, meteorologista do governo, em uma coletiva de imprensa.
"É possível que nossas bacias hidrográficas mais importantes transbordem", advertiu ele.
Fung-wong atinge o arquipélago poucos dias depois de Kalmaegi, o tufão mais mortal do ano, responsável por mais de 224 mortes no país, segundo os dados mais recentes do governo e do banco de dados especializado EM-DAT.
A província de Cebu, no centro do arquipélago, registrou a maioria das vítimas. As operações de resgate foram suspensas no sábado devido à chegada de Fung-wong. "Não podemos colocar nossos socorristas em perigo. Não queremos que eles sejam as próximas vítimas", disse Myrra Daven, uma autoridade regional de resgate, à AFP.
Todos os anos, cerca de 20 tempestades ou tufões atingem ou se aproximam das Filipinas, sendo as regiões mais pobres geralmente as mais afetadas.
Cientistas afirmam que as mudanças climáticas causadas pela atividade humana estão tornando os eventos climáticos extremos mais frequentes, mais mortais e mais destrutivos.
Oceanos mais quentes permitem que os tufões se intensifiquem mais rapidamente, enquanto temperaturas mais altas levam a uma atmosfera mais úmida e, portanto, a mais chuvas.
Com AFP