O Tribunal de Justiça de Como condenou à prisão perpétua o tunisiano Ridha Mahmoudi, 56 anos, pela morte do padre italiano Roberto Malgesi, esfaqueado no dia 15 de setembro do ano passado.
Os juízes rejeitaram nesta quinta-feira (28) o pedido da defesa de declarar Mahmoudi "incapaz de compreender" ou de, pelo menos, conceder um exame psiquiátrico.
O procurador Massimo Astori concluiu que o homem sem-teto tinha plena consciência do que fazia no momento do crime e que o assassinato foi premeditado.
Dom Malgesini, como era conhecido, trabalhava na cidade de Como ajudando tanto os moradores pobres locais como os migrantes internacionais que chegam à cidade. Ele, ao lado de um grupo de fiéis e religiosos, distribuía refeições em uma praça local todos os dias, além de ofertar palavras de conforto.
Em setembro de 2020, o religioso distribuía café da manhã quando foi morto com uma facada pelo tunisiano, que apresenta problemas mentais que se agravaram com a separação da esposa, uma italiana, ocorrida em 2014.
Mahmoudi andava com uma faca porque acreditava que havia uma "conspiração" para manda-lo de volta para seu país natal.
A morte do religioso comoveu tanto a comunidade católica local como a de migrantes. O papa Francisco, inclusive, se reuniu com os pais de Malgesini e lembrou que o padre morreu "em seu serviço para ajudar".