Relatório aponta erros humanos em queda de teleférico na Itália

Tragédia matou 14 pessoas em maio de 2021

27 mai 2022 - 11h53
(atualizado às 13h20)

Um relatório feito por peritos do governo da Itália apontou que falhas de manutenção e erros humanos contribuíram para o desastre que matou 14 pessoas em uma linha de teleférico no norte do país em maio de 2021.

Apenas um dos 15 ocupantes da cabine sobreviveu
Apenas um dos 15 ocupantes da cabine sobreviveu
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Na ocasião, uma cabine do teleférico de Stresa-Mottarone, perto de Turim, despencou em alta velocidade após o rompimento de um cabo de tração e se chocou contra uma torre, caindo em seguida de uma altura de 20 metros.

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Das 15 pessoas a bordo da cabine, apenas uma, o menino Eitan Biran, hoje com seis anos de idade, sobreviveu.

A investigação judicial ainda está em curso, mas um relatório divulgado pela Direção-Geral para Inquéritos Ferroviários e Marítimos, órgão ligado ao Ministério da Infraestrutura e dos Transportes, apontou que a causa mais provável da tragédia foi o "progressivo envelhecimento [da estrutura] devido a fenômenos de corrosão, fadiga, instabilidade ou torção e que não foram monitorados adequadamente".

A empresa Leitner, fabricante do teleférico, indicava a necessidade de inspeções trimestrais no trecho onde ocorreu o rompimento do cabo, mas a análise dos registros indica que esse procedimento não foi efetuado entre 7 de outubro de 2020 e 23 de maio de 2021, ou seja, um período de cinco meses e meio.

O relatório, feito pelos peritos Roberto Maja e Sergio Simeone, também cogita a hipótese de um "aumento da tensão no cabo", mas, neste caso, bastaria o acionamento do freio de emergência para impedir o acidente.

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No entanto, sabe-se que um sistema que bloqueava a ativação desse freio havia sido deixado no teleférico. Para o relatório, isso só pode ter ocorrido por "adulteração" ou "erro de montagem".

Os peritos também apontam uma série de "deficiências" na gestão da via, como registros em branco, profissionais pouco preparados, pressa e falta de treinamento dos funcionários.

O relatório não indica culpados especificamente, mas deixa pouco espaço para a hipótese de uma fatalidade.  

  
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