Presença de tropas dos EUA em Taiwan irrita chineses

Crise política entre os dois governos se agrava a cada semana

8 out 2021 - 10h53
(atualizado às 11h02)

A crise entre os governos da China e de Taiwan voltou a se agravar nesta sexta-feira (8) após a revelação de que os Estados Unidos mantêm tropas militares no território autônomo.

Chineses estão irritados com os EUA por supostas interferências em Taiwan
Chineses estão irritados com os EUA por supostas interferências em Taiwan
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Segundo o "Wall Street Journal", Washington mantém uma unidade de forças especiais e duas da Marinha na ilha - e as três atuam no treinamento de militares locais de maneira secreta há cerca de um ano.

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China e EUA têm acordos bilaterais desde a década de 1970 sobre o assunto, mas que não dizem claramente que os norte-americanos não podem ter unidades militares no território.

Porém, em um comunicado conjunto divulgado em 1972, Washington se comprometia "com o objetivo final de retirar todas as forças e as instalações norte-americanas em Taiwan conforme a tensão na área diminui". Oficialmente, as últimas tropas do país deixaram Taipé em 1979.

No entanto, desde que Donald Trump assumiu o poder, em política continuada por Joe Biden, os EUA vêm se aproximando cada vez mais do governo de Taiwan, em atitude que vem sendo considerada provocatória pela China.

Um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Zhao Lijiang, afirmou que o governo "tomará todas as medidas necessárias para proteger a sua soberania e a integridade territorial".

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Na coletiva diária com os jornalistas, Zhao destacou que Washington "deveria perceber a elevada sensibilidade da questão de Taiwan e respeitar o princípio da 'China Única'", interrompendo a venda de armas à ilha e os contatos militares de maneira a não danificar seriamente as relações bilaterais, a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan".

Para os chineses, o território é apenas uma área "rebelde", mas faz parte da China - assim como Hong Kong. Porém, a partir de 2016, os problemas vêm aumentando com a eleição do presidente Tsai Ing-wen, que vem promovendo uma maior aproximação com os EUA.

Após essa última polêmica, Tsai afirmou que não está "procurando um confronto militar", mas que quer "uma convivência pacífica, estabilidade, previsibilidade e uma relação reciprocamente vantajosa com os seus vizinhos".

Em resposta a Pequim, o presidente também disse que a ilha "fará de tudo para defender a sua liberdade e o seu estilo de vida democrático".

No início de outubro, Taiwan denunciou que a China fez mais de 100 incursões aéreas em seu território, em uma demonstração de força. .

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