Itália apoia coalizão alimentar para enfrentar desafios pós-Covid

Ministros estão reunidos em Florença no G20 da Agricultura

17 set 2021 - 18h23
(atualizado às 19h44)

O ministro das Políticas Agrícolas, Alimentares e Florestais da Itália, Stefano Patuanelli, anunciou nesta sexta-feira (17) que o governo italiano e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estão desenvolvendo uma "coalizão alimentar" para enfrentar os desafios agrícolas e alimentares pós-Covid.

Em uma coletiva de imprensa conjunta com Qu Dongyu, diretor-geral da FAO, à margem da reunião do G20 em Florença, Patuanelli explicou que o programa foi financiado com 10 milhões de euros da Itália.

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"Com o G20 em Florença está concluída a fase da primeira chamada de propostas aberta em junho passado. Estou feliz que várias empresas italianas já formularam propostas que desejam desenvolver este caminho e estou convencido de que outros surgirão com ideias úteis", afirmou o ministro italiano.

Segundo Patuanelli, a Itália e a FAO trabalharão nos próximos dois anos na primeira fase experimental da "coalizão alimentar", principalmente depois que a emergência sanitária provocada pela Covid-19 agravou a situação alimentar de milhões de pessoas.

Para Dongyu, este é um "mecanismo de coordenação flexível que permite construir uma aliança inclusiva de parceiros e partes interessadas em resposta às necessidades específicas dos países".

O projeto oferece uma abordagem unificada e com várias partes para evitar que uma crise de saúde se transforme em uma crise alimentar. De acordo com dados da FAO, antes da pandemia, 690 milhões de pessoas já sofriam de fome. Agora, é possível somar ao total entre 83 e 132 milhões de cidadãos desnutridos no mundo, dependendo do cenário de crescimento econômico.

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Durante a coletiva, Dongyu elogiou o potencial das novas tecnologias para ajudar a "reconciliar as contradições" e produzir mais alimentos para mais pessoas, usando menos recursos naturais e agradeceu a Itália, destacando a generosidade de longo prazo do governo, do povo e da cidade de Roma em hospedar a FAO por 70 anos. "A Itália segue o que fala", disse.

"A FAO gostaria de continuar a colaborar ao longo dos anos, durante décadas, no futuro, com a Itália, para haver uma verdadeira transformação agroalimentar e, acima de tudo, para acabar com a pobreza, a desigualdade e dar mais poder a agricultores, para ter uma agricultura protetora do meio ambiente", acrescentou o diretor-geral da organização.

Reunião -

A presidência italiana do G20 está hospedando a reunião de dois dias em Florença, que se concentra na sustentabilidade dos sistemas agrícolas e alimentares.

Os ministros da Agricultura debatem também a meta do Fome Zero, a abordagem de "Uma Saúde" e a contribuição do G20 para a próxima Cúpula dos Sistemas Alimentares da ONU 2021 e a COP 26.

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O encontro conta ainda com a presença de líderes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Banco Mundial, Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Mundial do Comércio (OMC), Programa Mundial de Alimentos (PMA), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

Antes do evento, reuniões preparatórias de representantes do Ministério da Agricultura debateram ideias sobre o papel da pesquisa e inovação e a necessidade de compartilhar conhecimento tecnológico como ferramentas para aumentar a resiliência.

"Os sistemas agroalimentares devem ser transformados para todos: para os ricos, para os pobres, para os pequenos, para os grandes. É absolutamente necessário e urgente transformar esses sistemas precisamente para ajudar os agricultores, ajudar os consumidores, proteger o meio ambiente e ter sistemas sustentáveis na agricultura: esta é a mensagem clara", disse Dongyu.

Por fim, o diretor-geral da FAO elogiou a presidência do G20 da Itália pelos esforços construtivos ao longo de 2021 e por promover a segurança alimentar em prioridade na agenda, conforme enfatizado na Declaração de Matera.

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