Em comunicado, o Exército israelense indicou que o integrante do Hezbollah morto na localidade de Bint Jbeil estaria envolvido na reconstrução das capacidades militares do movimento xiita. O outro, eliminado em Blida, coletaria informações sobre as forças israelenses.
O anúncio ocorre um dia após um ataque israelense ter deixado ao menos 13 mortos no campo de refugiados palestinos de Ain al-Héloué, em Saida, no sul do Líbano. Israel alega ter visado "um campo de treinamento do grupo Hamas".
Segundo a agência de notícias libanesa NNA, drones israelenses atingiram a mesquita Khalid bin al Walid e um centro esportivo dentro do campo de refugiados. A maioria das vítimas são jovens que jogavam futebol no momento do ataque.
Moradores se reuniram na manhã desta quarta-feira (19) no local, lamentando as mortes e verificando os danos. As escolas e os comércios do campo de refugiados estão fechados em sinal de luto.
Ataque "bárbaro"
O grupo Hamas negou possuir infraestrutura militar local, classificando o ataque israelense de "bárbaro" e as alegações do Exército israelense de "mentirosas". Segundo o movimento palestino, o centro esportivo era frequentado por jovens e crianças do campo de refugiados.
"O ataque aconteceu à noite, quando as pessoas se preparavam para dormir", disse o morador de Saida, Mohammad Moustafa, de 67 anos. "Ouvimos três explosões, nossas casas tremeram e as crianças ficaram apavoradas", acrescentou.
Em frente ao estacionamento do que restou do centro esportivo, Jamal Chreidi, de 65 anos, não esconde sua revolta. "Este local abrigava terroristas? Tudo o que Israel quer é nos matar", diz.
Ofensiva israelense no sul do Líbano
Israel mantém sua ofensiva no sul Líbano, apesar de um cessar-fogo assinado em novembro de 2024, que teve como objetivo encerrar mais de um ano de conflito com o grupo Hezbollah.
Na segunda-feira (17), os militares israelenses já haviam anunciado a morte de um membro do Hezbollah em um ataque na região de al-Mansouri, também no sul do país. No entanto, o bombardeio de terça-feira foi o mais mortal em quase um ano.
Segundo dados da ONU, o Líbano abriga cerca de 222 mil refugiados palestinos, que vivem em sua maioria em condições precárias em campos. A maioria deles é descendente de palestinos que fugiram de sua terra natal em 1948, durante a criação do Estado de Israel.
(Com informações da AFP)