A Igreja Ortodoxa da Ucrânia, apoiada por Moscou, anunciou nesta sexta-feira (27) ter cortado todos os laços com a Rússia devido à invasão da Ucrânia, declarando "independência total" em uma decisão história.
"Discordamos da posição do patriarca Cirilo de Moscou... sobre a guerra", disse a igreja em um comunicado depois de realizar um conselho com foco na "agressão" da Rússia contra a Ucrânia, onde declarou a "total independência e autonomia da Igreja Ortodoxa Ucraniana".
Em nota, o Conselho ucraniano disse que "condena a guerra como uma violação do mandamento de Deus 'Não Matarás' e expressa suas condolências a todos os que sofreram" no conflito.
Além disso, os religiosos pediram que Rússia e Ucrânia "sigam com o processo de negociação" e procurem uma forma de "parar o derramamento de sangue".
Patriarca de Moscou desde 2009, Cirilo é o principal líder religioso do país com a maior população ortodoxa no mundo em termos absolutos. Desde o início da invasão à Ucrânia, o primaz sempre mostrou alinhamento com o regime de Vladimir Putin e chegou a culpar o Ocidente e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pela guerra.
A postura de Cirilo o afastou também do papa Francisco, com quem se encontraria em junho deste ano, em Jerusalém, e provocou críticas do líder católico.