Marcio Arruda, enviado especial da RFI a Lille
O técnico Carlo Ancelotti optou por fazer algumas alterações na seleção em relação à equipe que começou a partida no sábado passado diante do Senegal. As novidades foram o goleiro Bento e os laterais Wesley, na direita, e Caio Henrique, na esquerda.
No ataque, o treinador italiano manteve o quarteto formado por Matheus Cunha, Rodrygo, Vini Jr e Estêvão.
Com sensação térmica de zero grau, a partida no estádio Pierre Mauroy começou equilibrada. A primeira grande chance do jogo foi brasileira. Aos nove minutos, Casemiro lançou Rodrygo. O camisa 10 recebeu na frente e chutou rasteiro. O zagueiro Talbi evitou o gol brasileiro.
A barulhenta torcida da Tunísia, que ocupou praticamente todos os setores do estádio, empurrou a seleção do país africano para o ataque. A seleção tunisiana se animou e criou muitas oportunidades.
Tunísia abre o placar
Aos 22 minutos, o lateral Abdi recebeu na frente e lançou Mastouri. O Camisa 9 tocou na saída do goleiro Bento e abriu o placar em Lille. Tunísia um a zero. A partir do gol, o Brasil acordou e passou a tomar conta do meio de campo, mas os tunisianos exerciam uma forte marcação.
Aos 40 minutos, Bronn tocou a bola com a mão dentro da área num lance com Eder Militão. Após consultar ao VAR, o árbitro Jérome Brisard assinalou a penalidade máxima. O atacante Estêvão cobrou com força do lado esquerdo do goleiro, que não teve qualquer chance de defesa. Esse foi o quinto gol dele pela seleção brasileira. O atacante é o artilheiro da Era Ancelotti.
Com o um a um no placar, o Brasil voltou para o segundo tempo com duas alterações: Vitor Roque no lugar de Matheus Cunha e Danilo na vaga de Wesley, que tinha recebido um cartão amarelo no início da partida.
A seleção pressionou bastante os tunisianos nos primeiros 15 minutos da etapa final. O Brasil dominou o meio de campo e criou as melhores chances, mas não conseguia finalizar com precisão.
O treinador italiano promoveu mudanças durante a etapa final com as entradas de Lucas Paquetá, Fabrício Bruno, Fabinho e Luiz Henrique. As trocas não mudaram o panorama da partida. Com mais posse de bola, o Brasil apresentava dificuldade de finalizar com precisão e pecava no último toque.
Lucas Paquetá perde pênalti
Aos 30 minutos, Vitor Roque foi puxado por Sassi dentro da grande área. O árbitro marcou a penalidade máxima. Na cobrança, Lucas Paquetá chutou a bola por cima do travessão.
"Acho que a ansiedade de querer marcar fez com que eu mudasse meu estilo de cobrança. Não é assim que eu treino", explicou Paquetá.
Depois do pênalti perdido, o Brasil ainda teve mais duas chances de gol. Uma com Vini Jr e outra com Estêvão, que acertou a trave no último lance do jogo.
No caminho certo
"Ainda temos um caminho até a Copa, mas vejo que temos um plano. A gente sabe o que fazer quando vai para o ataque; a gente sabe o que fazer para se defender. É claro que esse não era o resultado que queríamos. Vamos pegar tudo que foi positivo. O que teve de negativo, precisamos melhorar", afirmou Rodrygo.
O empate em um a um com o Brasil foi bastante comemorado pela torcida da Tunísia no estádio em Lille. Afinal, foi a primeira vez que os tunisianos não saíram derrotados de um confronto com os brasileiros. Na história, agora são três jogos entre as duas seleções, com duas vitórias do Brasil: uma goleada de 5x1 em 2022, em Paris, e outra por 4x1 em 1973, em Túnis.
O Brasil volta a campo somente em 2026, ano da Copa do Mundo. A CBF ainda não anunciou oficialmente, mas a seleção brasileira vai até os Estados Unidos em março para fazer dois amistosos: o primeiro será diante da França, em Boston, no dia 28 de março. O segundo jogo está marcado para 31 do mesmo mês, em Orlando, contra a Croácia.