"A vida após a sobrevivência" é a manchete do jornal Libération, que traz testemunhos de sobreviventes dos ataques coordenados, que contam como atravessaram a última década e a maneira como encaram o futuro. Aquela noite, diz o jornal, está marcada na memória coletiva. Cada pessoa que estava em Paris na fatídica data lembra, a sua maneira, o que estava fazendo em 13 de novembro de 2015. Temperaturas amenas daquela sexta-feira levaram muita gente para as mesas de bares ao ar livre, outros assistiam a um show no Bataclan, centenas foram assistir ao amistoso França e Alemanha no Stade de France. Mas a violência do terrorismo interrompeu a vida de 132 pessoas, feriu centenas e traumatizou um país inteiro, destaca o Libé.
"Uma noite que nos assombra ainda" é a manchete do jornal Le Parisien, que lembra que "nenhum sobrevivente saiu ileso" e que "os atentados ainda ecoam no cotidiano da França". Dez anos depois, o país vive este aniversário dos ataques coordenados "como se fosse hoje", diz. Entrevistada pelo diário, a psicóloga Mathilde Tiberghien afirma que, "em uma escala societal, a França jamais recuperou o sentimento de segurança de antes". Para muitas pessoas, situações simples do cotidiano, como usar os transportes públicos, estar em meio a uma aglomeração, ir a um restaurante ou a um evento cultural, é sinônimo de estresse e hipervigilância.
Por outro lado, psiquiatras entrevistados pelo diário destacam a reconstrução da sociedade após processar o trauma do 13 de novembro. "Uma prova da capacidade de resiliência e superação das pessoas", diz ao jornal o parisiense Philippe, sobrevivente dos atentados.
"Encarar a ameaça" é a manchete do diário La Croix, que escolheu abordar os desafios dos serviços antiterrorismo da França, que foram obrigados a se reestruturar e adaptar seu funcionamento diante de uma situação até então inédita no país. Em editorial, o jornal afirma que "nossa democracia fornece ferramentas de vigilância", por meio da pesquisa, educação, criação e informação, representando a vitória coletiva contra a barbárie.
O jornal Le Figaro traz uma entrevista exclusiva com o chefe da Direção Geral da Segurança Interior da França, que afirma que "a ameaça islâmica está em plena mutação mas segue alta" no país. Para ele, atualmente o risco de atentados similares no país é "improvável", mas a radicalização, principalmente de jovens, é algo recorrente. Segundo dele, desde o 13 de novembro de 2015, dezenas de jovens são indiciados por terrorismo a cada ano na França.