O plano será apresentado na próxima semana no Conselho de Paris e visa "identificar" as violências contra crianças e incentivá-las a "quebrar o silêncio", de acordo com o comunicado.
O plano também prevê a criação de uma comissão que garantirá a implementação de ações, como a suspensão "imediata" do funcionário acusado, a abertura de uma investigação interna, o registro da queixa pela cidade e a transmissão da informação ao procurador da República de Paris.
Os monitores escolares com contratos temporários também deverão fazer uma formação obrigatória de dois dias, e só depois de uma avaliação poderão atuar dentro da escola.
Os anúncios da Prefeitura ocorrem após uma série de denúncias de abuso sexual feitas contra monitores e professores de pré-escolas parisienses.
Recentemente, a mãe de uma menina de quatro anos prestou queixa por "estupro com agravante" contra um monitor escolar da capital. Em 2025, trinta funcionários foram suspensos e 16 deles são suspeitos de abusos.
Desde segunda-feira (10), as escolas da capital são afetadas por uma greve de monitores, que exigem novas contratações. A paralisação deve durar duas semanas. O setor, com forte demanda, conta com apenas 2.500 assistentes e 1.000 monitores contratados e mais 8.500 trabalhadores atuam em situação precária.
Acusações contra professores
Três professores de pré-escolas parisienses também foram suspensos nas últimas semanas após suspeitas de violências sexuais, segundo a Reitoria de Paris, que confirmou nesta sexta-feira uma informação divulgada pelo jornal Le Parisien.
"Desde o início do ano letivo, a Academia de Paris suspendeu três professores após suspeitas de atos de violência sexual contra crianças", indicou a Reitoria, equivalente às secretarias de Educação dos municípios no Brasil, em comunicado. Os casos ocorreram em pré-escolas nos 10º, 19º e 20º distritos.
Segundo Le Parisien, em uma dessas escolas, uma das professoras é suspeita de ter autorizado a entrada do seu companheiro no estabelecimento. Ele é acusado de ter agredido sexualmente uma criança.
"Para além das medidas tomadas nessas três situações (…), minha determinação é total para prevenir e agir contra as violências cometidas contra crianças", disse a reitora de Paris, Julie Benetti.
Ela anunciou, entre outras medidas, que uma "formação específica sobre a segurança física e afetiva das crianças" será "implementada este ano" para os diretores das escolas parisienses.
Durante uma visita à capital nesta sexta-feira, o ministro da Educação Nacional, Edouard Geffray, destacou a necessidade de "proteger as crianças sob nossa responsabilidade" e de manter uma "vigilância reforçada".
Com agências