Em reunião à sombra de Trump, líderes europeus pedem defesa mais forte

7 nov 2024 - 14h45

Líderes europeus se reuniram nesta quinta-feira à sombra da vitória eleitoral de Donald Trump, pedindo ações mais fortes para se defender e apoiar a Ucrânia, em um sinal claro para o republicano que há muito tempo é cético em relação à aliança transatlântica.

Mais de 40 líderes se reuniram em Budapeste em uma cúpula da Comunidade Política Europeia, criada após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, para unir a União Europeia e amigos, como o Reino Unido e a própria Ucrânia.

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O relacionamento de Trump com seus pares europeus foi difícil durante grande parte de seu primeiro mandato. Desde então, ele disse que não defenderia aliados europeus a menos que eles gastassem mais em sua própria defesa.

Trump também expressou ceticismo sobre a escala de apoio dos EUA à Ucrânia e propôs tarifas sobre importações que prejudicariam os fabricantes europeus.

Sua eleição é uma nova fonte de ansiedade em um momento em que a Europa já está lutando contra a fraqueza de suas duas maiores potências -- a Alemanha, cujo governo acabou de entrar em colapso, e a França, onde o presidente Emmanuel Macron perdeu a maioria de seu partido no Parlamento.

A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e outros líderes falaram sobre a importância de continuar apoiando a Ucrânia contra a Rússia. Os comentários foram claramente direcionados tanto ao presidente eleito do outro lado do Atlântico quanto aos demais europeus presentes no salão.

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"É do interesse de todos nós que os autocratas deste mundo recebam uma mensagem muito clara de que não existe o direito da força, que o Estado de Direito é importante", disse.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy afirmou que é muito cedo para prever o rumo que Trump tomaria, mas que ter um forte EUA seria bom para a Europa e vice-versa.

"É claro que ainda não podemos saber quais serão suas ações. Mas esperamos que os Estados Unidos se tornem mais fortes. Esse é o tipo de América que a Europa precisa. E uma Europa forte é o que os Estados Unidos precisam, na minha opinião", disse Zelenskiy.

HERBÍVORO ENTRE CARNÍVOROS

O presidente francês Emmanuel Macron, que há muito tempo pressiona a Europa a desenvolver cooperação na área de defesa, disse que a Europa não deve se tornar um "herbívoro" fraco cercado por "carnívoros".

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"Precisamos ser capazes de nos defender", disse. "Não podemos delegar nossa segurança aos norte-americanos para sempre."

"Nosso papel não é comentar sobre a eleição de Trump e dizer se é uma coisa boa ou não. A questão é se estamos prontos para defender os interesses dos europeus", disse Macron.

O anfitrião da cúpula, o primeiro-ministro nacionalista de direita da Hungria, Viktor Orbán, é um dos poucos aliados próximos de Trump entre os líderes europeus e aplaudiu sua reeleição.

Mas outros foram diretos ao expressar suas preocupações.

O primeiro-ministro da Finlândia, Petteri Orpo, disse que está preocupado com a perspectiva de uma guerra comercial.

"Não se deve permitir que isso aconteça. Vamos agora tentar influenciar os EUA e a política futura de Trump para que ele entenda os riscos envolvidos", disse.

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