Economia da China deve se recuperar rapidamente após coronavírus, diz autoridade chinesa

28 fev 2020 - 20h05

A economia da China sofrerá um grande golpe no primeiro trimestre devido a interrupções generalizadas de trabalho causadas pelo coronavírus, mas deve se recuperar rapidamente, a menos que o surto piore novamente, afirmou uma autoridade chinesa à Reuters nesta sexta-feira.

Pessoas usando máscaras de proteção em Wuhan, na China
28/02/2020 REUTERS/Stringer
Pessoas usando máscaras de proteção em Wuhan, na China 28/02/2020 REUTERS/Stringer
Foto: Reuters

A autoridade baseada em Washington, que pediu para não ser identificada, disse que a China já adotou uma série de medidas econômicas para responder ao surto, e seguirá uma política monetária flexível, na busca por restaurar rapidamente a produção normal em todo o país.

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"Isso terá um grande impacto no primeiro trimestre do ano, mas com a volta das encomendas, esperamos que a situação seja muito melhor a partir do segundo trimestre", disse a autoridade. "Se a situação não piorar ... acredito que a economia chinesa se recuperará muito rapidamente."

O surto desacelerou na China, com 327 novos casos registrados na sexta-feira, o menor desde 23 de janeiro, elevando o total para 78.800 casos e quase 2.800 mortes. No entanto, a doença está se espalhando pelo mundo, com o primeiro caso relatado na Nigéria nesta sexta e 888 pessoas infectadas na Itália.

O Fundo Monetário Internacional afirmou que o surto provavelmente reduzirá o crescimento econômico da China em 0,4 ponto percentual este ano, para 5,6%, e cortará 0,1 ponto percentual do crescimento global.

A autoridade chinesa disse que o surto de coronavírus pode causar "uma queda dramática" na economia global caso se espalhe para uma ampla gama de países, mas não deu previsões específicas.

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Pequim permaneceu comprometida em aumentar as compras de bens e serviços dos Estados Unidos em 200 bilhões de dólares, nos termos da Fase 1 do acordo comercial com os EUA nos próximos dois anos, disse a fonte, ressaltando as medidas da alfândega da China para suspender a proibição de carne bovina e outros produtos.

"Os dois lados levam bastante a sério a implementação", afirmou a autoridade, que se reuniu nesta semana com funcionários do escritório do Representante de Comércio dos EUA e do Departamento de Comércio dos EUA. "Até agora, não prevemos nenhum problema."

A China está pedindo a Washington que alivie sua proibição de viagens para pessoas vindas da China, o que impede reuniões pessoais necessárias para avançar na implementação, segundo a autoridade.

A proibição de viagens também interrompeu o turismo, um dos principais contribuintes para o aumento esperado nas compras de serviços da China nos Estados Unidos, disse a autoridade.

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"Isso cria dificuldades adicionais para os dois lados cumprirem as metas", declarou a fonte, acrescentando que não houve mudança na meta de aumentar as compras chinesas de bens e serviços dos EUA em 200 bilhões dólares nos próximos dois anos.

"Esse número ainda está lá", disse a autoridade.

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