China confirma suspensão de restrições à exportação de metais raros para os EUA

Em mais um sinal de desescalada nas tensões entre Washington e Pequim, após o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping na semana passada, a China confirmou, no domingo (9), a suspensão da proibição de exportação para os Estados Unidos de gálio, germânio e antimônio, metais raros cruciais para a indústria moderna.

9 nov 2025 - 05h39

Em mais um sinal de desescalada nas tensões entre Washington e Pequim, após o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping na semana passada, a China confirmou, no domingo (9), a suspensão da proibição de exportação para os Estados Unidos de gálio, germânio e antimônio, metais raros cruciais para a indústria moderna.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, conversam ao saírem do Aeroporto Internacional de Gimhae após uma reunião bilateral, à margem da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), em Busan, Coreia do Sul, em 30 de outubro de 2025.
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, conversam ao saírem do Aeroporto Internacional de Gimhae após uma reunião bilateral, à margem da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), em Busan, Coreia do Sul, em 30 de outubro de 2025.
Foto: © Evelyn Hockstein / Reuters / RFI

Pequim havia anunciado restrições a esses metais em dezembro de 2024, como parte de regulamentações que visam bens de "dupla utilização", ou seja, aqueles que podem ser usados tanto em contextos civis quanto militares, por exemplo, para fabricar armas.

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As proibições foram suspensas a partir deste domingo e "até 27 de novembro de 2026", afirmou o Ministério do Comércio chinês em um comunicado à imprensa. Isso confirma um anúncio feito pela Casa Branca alguns dias antes.

Este anúncio é mais um sinal de boa vontade de Pequim, após o encontro entre o presidente chinês Xi Jinping e o presidente dos EUA, Donald Trump, em 30 de outubro, na Coreia do Sul.

Essa cúpula ajudou a aliviar meses de tensão que afetaram a economia global. "Em princípio, a exportação para os Estados Unidos de produtos de dupla utilização relacionados a gálio, germânio, antimônio e materiais superduros não será permitida", estipulava a proibição de dezembro de 2024, agora suspensa.

No entanto, o Ministério do Comércio da China não declarou explicitamente, no domingo, quando ou em que escala as autorizações serão emitidas.

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Os metais raros se tornaram um ponto de discórdia entre Pequim e Washington. Os dois países disputam a hegemonia tecnológica global, e esses minérios são essenciais para esse objetivo, sendo a China uma grande produtora mundial.

Eles não são classificados como "elementos de terras raras", outro grupo de metais cruciais, mas também são necessários para setores inteiros da economia. O gálio, encontrado principalmente em circuitos integrados, LEDs e painéis fotovoltaicos, é, portanto, considerado uma matéria-prima crítica pela União Europeia. O germânio é essencial para fibras ópticas e tecnologia infravermelha.

Por fim, o antimônio é utilizado tanto na transição energética, integrado às baterias de veículos elétricos, quanto pela indústria bélica, para reforçar blindagens e munições.

O Ministério do Comércio da China, em breve comunicado divulgado no domingo, também anunciou a flexibilização das restrições às exportações de produtos à base de grafite, ainda dentro da estrutura das regulamentações sobre produtos de "dupla utilização". As análises mais rigorosas sobre os usos e usuários finais desses produtos, anunciadas em dezembro de 2024, também foram suspensas até 27 de novembro de 2026.

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Apaziguamento

Essas são as mais recentes medidas de apaziguamento tomadas por Pequim após o encontro entre Xi Jinping e Trump.

A China já havia anunciado, na quarta-feira (5), a prorrogação por um ano da suspensão de algumas das tarifas impostas a produtos americanos durante a guerra comercial em curso, mantendo-as em 10%.

O gigante asiático também indicou que "cessará a aplicação de tarifas adicionais" impostas desde março sobre a soja e diversos outros produtos agrícolas americanos. Essas medidas impactaram severamente a base eleitoral de Donald Trump.

O presidente americano também anunciou, no final de outubro, que a China concordou em suspender por um ano as restrições impostas à exportação de tecnologias de terras raras, essenciais para a defesa, a indústria automotiva e a eletrônica.

Com AFP

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