Chanceler alemão diz que Europa precisa ficar menos dependente dos EUA

9 dez 2025 - 15h29

O chanceler alemão, Friedrich Merz, rejeitou na terça-feira um ataque contundente às democracias europeias por parte do governo Trump, que publicou um documento de estratégia na semana passada declarando que o continente enfrenta um "apagamento civilizacional".

A Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, tornada pública na semana passada, causou choque em toda a Europa, com uma crítica que acusa os governos europeus de "subversão dos processos democráticos" e dizia que a política dos EUA deveria incluir o "cultivo da resistência" dentro da União Europeia.

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A linguagem do documento ecoou críticas anteriores à Europa feitas por figuras importantes do governo dos EUA, incluindo o vice-presidente J.D. Vance, e destacou as crescentes tensões entre as capitais europeias e Washington.

"Parte disso é compreensível, parte é aceitável, e parte é inaceitável para nós de uma perspectiva europeia", disse Merz aos repórteres em uma visita ao Estado de Rheinland-Pfalz, no oeste da Alemanha.

"Não vejo necessidade de os norte-americanos quererem agora salvar a democracia na Europa. Se fosse necessário salvá-la, nós faríamos isso por conta própria", afirmou.

Líderes como Merz reconheceram que os europeus precisam reconstruir as Forças Armadas que definharam após décadas de negligência, deixando-os muito dependentes das Forças Armadas dos EUA para sua própria defesa.

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Mas eles precisam seguir uma linha cuidadosa entre responder à linguagem excepcionalmente dura do governo e evitar alienar seu aliado mais forte.

"A questão do que isso significa para nossa cooperação em segurança é obviamente a questão mais importante", disse Merz. "Isso confirma minha avaliação de que nós, na Europa e, portanto, também na Alemanha, precisamos nos tornar muito mais independentes dos EUA em termos de política de segurança."

Merz afirmou que Trump, cujo avô veio da Alemanha, deve visitar o país no próximo ano. "O convite existe, é claro", disse ele.

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