Ataque saudita no Iêmen deixa cerca de 200 mortos

Ação foi represália por ataque de houthis que deixou 3 mortos

21 jan 2022 - 17h47
(atualizado às 18h56)

Um ataque da coalizão militar liderada pela Arábia Saudita na cidade de Hodeidah, no Iêmen, deixou cerca de 200 mortos e dezenas de feridos no norte do país nesta sexta-feira (21), informa a emissora local "Mayadin" e organizações de assistência humanitária.

Ataques ocorreram em área dominada por houthis
Ataques ocorreram em área dominada por houthis
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A área da ação é dominada pelos rebeldes houthis que, há quatro dias, fizeram um ataque com drones em Abu Dhabi que deixou três mortos.

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Os números oficiais não são exatamente conhecidos já que o Iêmen é um país devastado por sete anos de guerra e que acumula inúmeras tragédias.

A Cruz Vermelha Internacional, que atua na ajuda humanitária a milhões de iemenitas, havia confirmado ao menos 100 mortos e feridos. A ONG Save the Children informou que três crianças morreram enquanto jogavam bola em uma área atingida por mísseis. Já a Médicos Sem Fronteiras notificou 70 mortes e 140 feridos.

Além da perda de vidas humanas, toda a região ficou sem acesso à internet, já que bombas foram lançadas em áreas de controle das telecomunicações.

Esse é o segundo ataque como represália pela ação com drones dos houthis, que são apoiados pelo Irã. Há três dias, um bombardeio na capital Sanaa matou 14 pessoas.

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Dados das Nações Unidas apontam que durante a guerra, mais de 377 mil pessoas já morreram no Iêmen, seja em ataques ou por falta de comida ou por falta de assistência médica. Há ainda milhões de pessoas deslocadas dentro do país e a maioria da população precisa de ajuda humanitária para sobreviver.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques aéreos da coalizão e "lembrou a todas as partes que ataques diretos contra civis e infraestruturas civis são proibidos pelo direito humanitário internacional".

Em nota, Guterres ainda lembrou que todos os países têm "suas obrigações" em respeitar os direitos e o dever de "garantir que os civis sejam protegidos dos perigos das operações militares, aderindo aos princípios de proporcionalidade, distinção e precaução".

O líder da ONU ainda pediu "investigações rápidas, eficazes e transparentes sobre esses incidentes para garantir a responsabilidade" de cada um e "uma urgente desaceleração da situação". .

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