O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu neste domingo, 7, que existem oportunidades de paz para o conflito de mais de dois anos na Faixa de Gaza. A declaração foi dada em coletiva de imprensa ao lado do chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, em Jerusalém, enquanto o Hamas e a Cruz Vermelha retomaram hoje as buscas pelo corpo do último refém israelense.
O premiê também anunciou o início, "para breve", da segunda etapa do plano de paz dos Estados Unidos, algo que também foi mencionado ontem por Merz no X, ao afirmar que o cessar-fogo em Gaza [primeira fase do projeto] está se estabilizando.
"Agora devemos passar com sucesso à segunda fase?", escreveu o alemão, que após ter criado embargos parciais às exportações alemãs a Israel como resposta à intensificação dos ataques em território palestino, não apenas voltou atrás, como reforçou "as boas relações" entre seus países, dizendo que o governo israelense tem o direito de se defender.
Ainda durante a coletiva, Netanyahu voltou a refutar a solução de dois Estados. "Não iremos criar um Estado palestino na nossa porta que irá trabalhar para nos destruir", declarou o primeiro-ministro, acrescentando que em Gaza, já havia um Estado de fato, mas o usaram para tentar destruir o único Estado judeu.
Já Merz defendeu a proposta em sua fala com a imprensa, destacando a saída do Hamas do poder.
Um acordo de paz foi formulado graças a [Donald] Trump, e devemos implementar a segunda fase do plano. Uma paz duradoura é possível: o Estado palestino e a solução de dois Estados só podem ser alcançados por meio de negociações, falou Merz, antes de acrescentar que o Hamas não pode desempenhar qualquer papel em Gaza, pois representa uma ameaça a Israel.
Por sua vez, Netanyahu afirmou acreditar que haja um caminho para se alcançar uma paz ampla com os países árabes, e também um outro para estabelecer uma paz praticável com os vizinhos palestinos, mas que este não se dará pela criação de dois Estados.
Enquanto Netanyahu e Merz falavam com a imprensa, a rádio israelense Kan informou que o Hamas e a Cruz Vermelha retomaram hoje as buscas em Gaza pelo corpo do sargento-mor Ran Gvili, o último refém sequestrado pelo grupo fundamentalista. De acordo com a notícia, os trabalhos ocorrem no bairro de Zeitoun, na Cidade de Gaza, sendo que Israel acredita que a milícia árabe tenha uma pista sobre a localização do cadáver.
Para a associação que representa os familiares dos prisioneiros que estiveram nas mãos do Hamas, é impossível proceder à fase seguinte do plano de paz do presidente americano Donald Trump antes que Ran Gvili volte para casa.