Senado chega a acordo provisório nos EUA para pôr fim à paralisação orçamentária

Os senadores americanos chegaram neste domingo a um consenso para pôr fim à paralisação orçamentária

10 nov 2025 - 06h36
(atualizado às 08h04)
Resumo
Senado dos EUA chega a um acordo provisório para encerrar paralisação orçamentária de 40 dias, garantindo financiamento do governo até janeiro, com impacto no retorno de serviços públicos e benefícios sociais.
Donald Trump durante reunião de gabinete na Casa Branca, em 9 de outubro de 2025.
Donald Trump durante reunião de gabinete na Casa Branca, em 9 de outubro de 2025.
Foto: REUTERS - Evelyn Hockstein / RFI

Os senadores americanos chegaram neste domingo, 9, a um consenso para pôr fim à paralisação orçamentária que bloqueia parte do serviço público há 40 dias. O financiamento do governo estaria garantido até janeiro, após um acordo provisório entre republicanos e democratas. 

O Senado aprovou o texto por 60 votos contra 40, graças ao apoio de sete senadores democratas e de um parlamentar independente. Esta é a primeira etapa antes da votação final, que exigirá 50 votos para ser validada.

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A medida ainda precisa ser aprovada na Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos. Em seguida, o texto poderá ser promulgado pelo presidente Donald Trump — processo que pode levar vários dias.

Mas esse compromisso divide o campo democrata. O líder da minoria democrata no Senado, Charles Schumer e o líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, se posicionaram contra o acordo.

Segundo parlamentares, o texto deve restaurar o financiamento do Programa Federal de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP, sigla em inglês), que ajuda mais de 42 milhões de americanos de baixa renda e está suspenso.

Com o avanço nas negociações, há expectativa de um retorno à normalidade do tráfego aéreo e do pagamento de benefícios sociais, que estão bloqueados no país. Centenas de milhares de funcionários públicos estão em licença não remunerada ou trabalhando sem receber salário desde 1º de outubro.

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"Parece que estamos nos aproximando do fim do 'shutdown'", declarou à imprensa o presidente Donald Trump, de volta à Casa Branca após passar o fim de semana em sua residência na Flórida, Mar-a-Lago.

A medida também prevê o cancelamento das demissões de milhares de funcionários federais feitas por Donald Trump no mês passado, e a realização de uma votação sobre a extensão dos auxílios à saúde, que devem expirar no final do ano.

A proposta "protegerá os funcionários federais contra demissões abusivas, reintegrará aqueles que foram demitidos injustamente durante o 'shutdown' e garantirá que os funcionários federais recebam seus salários retroativamente", afirmou o senador democrata Tim Kaine em um comunicado.

O líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, que votou contra o compromisso, lamentou que a extensão dos auxílios à saúde não seja adotada diretamente. "Essa luta vai e deve continuar", declarou. Trata-se de "um erro terrível", avaliou a senadora Elizabeth Warren.

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Tráfego aéreo 

O 'shutdown' provocou o cancelamento de mais de 2.700 voos nos Estados Unidos e 10.000 atrasos no domingo, segundo o site FlightAware. Os aeroportos mais afetados foram Newark e LaGuardia, em Nova York, O'Hare, em Chicago, e Hartsfield-Jackson, em Atlanta.

O secretário de Transportes, Sean Duffy, alertou no domingo que uma extensão do bloqueio orçamentário agravaria a situação, com a aproximação do feriado de Ação de Graças no final do mês.

"O tráfego aéreo será reduzido drasticamente justamente quando todos querem viajar para ver suas famílias", disse ele na Fox News. "Como há menos controladores aéreos, apenas alguns voos vão decolar e aterrissar", acrescentou.

Após o fim da paralisação, o tráfego aéreo poderá levar dias para voltar ao normal. De acordo com Trump, a paralisação orçamentária foi uma das causas da série de derrotas eleitorais sofridas por seu partido em 4 de novembro.

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(*Com agências)

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