'Governo está promovendo um desmonte total no Meio Ambiente', afirma Marina

Ex-candidata à presidência da República clamou por 'mobilização da sociedade' contra transferência de autarquias para outras pastas e a transferência do licenciamento ambiental, antes feito pelo Ibama

25 abr 2019 - 22h56
(atualizado às 23h08)

BRASÍLIA - A ex-ministra e ex-senadora Marina Silva (Rede) intensificou nesta quinta-feira, 25, as críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro, afirmando que a administração federal está promovendo um "desmonte total" no ministério do Meio Ambiente. Ela disse ser necessária uma grande mobilização contra o projeto apoiado pelo governo para extinguir a necessidade de licenças para boa parte das atividades agropecuárias e empreendimentos de infraestrutura.

"Eu espero que tenha uma grande mobilização da sociedade, porque em nenhum governo em toda a história do Brasil, nem mesmo no tempo da ditadura militar, ousou o que está se tentando agora", afirmou Marina, após participar de uma sessão de homenagem aos povos indígenas no plenário do Senado.

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Além de criticar a proposta articulada pelo governo no Congresso, cujo conteúdo o Estado publicou nesta quinta, a ex-ministra citou como "desmonte" a transferência do licenciamento ambiental do Ibama para outros órgãos e as mudanças do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) para o Ministério da Agricultura e da Agência Nacional de Águas (ANA) para o Desenvolvimento Regional.

"Tudo que está sendo feito é um desmonte", disse Marina. "Esse governo, que não acabou institucionalmente com o Ministério do Meio Ambiente, colocou um ministro para fazer a liquidação do Ministério do Meio Ambiente", comentou, em referência ao ministro da Pasta, Ricardo Salles.

Militares. Marina Silva voltou a comentar os embates entre as alas militar e política no governo de Jair Bolsonaro. "Os militares que estão próximos são pessoas que você pode concordar ou discordar mas têm competência, mas tem o núcleo do clã do presidente e seus agregados que realmente tem sido muito difícil."

A líder do partido Rede Sustentabilidade prometeu fazer uma oposição democrática e evitar o que chama de "retrocessos" na reforma da Previdência, como as mudanças na aposentadoria rural.

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