Crime 'se infiltra em todas as fileiras', diz Haddad sobre possível ligação de petistas com PCC

Candidato ao governo de São Paulo afirma que 'tem gente que merece ser averiguada'

19 ago 2022 - 13h35
(atualizado às 14h10)
Fernando Haddad durante sabatina promovida pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) nesta sexta-feira, 19
Fernando Haddad durante sabatina promovida pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) nesta sexta-feira, 19
Foto: Bruno Escolástico /

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, comentou sobre uma possível associação de membros do partido com o crime organizado nesta sexta-feira, 19, durante sabatina promovida pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). "O crime organizado se infiltra em todas as fileiras. Em grandes associações, você sempre vai ter que vigiar", disse o ex-prefeito da capital. 

Em junho, a Polícia Civil de São Paulo deflagrou operação para investigar o envolvimento do vereador Senival Moura (PT) em um crime de homicídio, além de supostas ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC) na gestão de uma empresa de ônibus da capital paulista. Buscas foram autorizadas pela Justiça em oito endereços ligados ao vereador e a outros suspeitos; duas prisões temporárias foram decretadas. O vereador nega as acusações e disse ter sido "surpreendido" pela operação policial na casa dele.

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Durante a sabatina, Haddad citou que outros partidos também têm casos semelhantes. "Você teve aqui o Paulo Preto [...] um dos maiores ladrões da história de São Paulo, foi pego com R$ 100 milhões em conta no exterior", disse, ao lembrar de Paulo Vieira de Souza, do ex-diretor da Dersa em governos tucanos. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o ex-diretor guardou cerca de R$ 100 milhões em dinheiro vivo, ao longo de dois anos, em dois endereços de São Paulo.

O ex-prefeito também citou o governo federal, com o caso do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, que chegou a ser preso, acusado de supostos crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência após o Estadão revelar que pastores passaram a comandar sua agenda. Era uma espécie de "gabinete paralelo" que interferia na liberação de recursos e influenciava diretamente as ações do MEC.

Haddad ponderou ser necessário respeitar "todos os procedimentos", "porque todo mundo tem o direito de defesa, que nem sempre é respeitado", mas "tem gente que merece ser averiguada, e pode ser afastada, como já aconteceu no PT e em vários partidos".

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Assista à sabatina completa com Fernando Haddad

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