Governo deve elevar teto do crédito habitacional para R$ 2,25 milhões em nova política imobiliária

Nova política de crédito, que será anunciada por Lula nesta sexta-feira, amplia o financiamento para a classe média, libera R$ 20 bilhões em crédito e muda o funcionamento do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo

9 out 2025 - 14h52

O governo federal deve elevar o valor máximo dos imóveis financiados pelos Sistema Financeiro da Habitação (SFH) de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. A mudança faz parte da nova política de crédito habitacional que será anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira, 10, voltada a ampliar o acesso ao financiamento imobiliário, especialmente para a classe média.

O novo modelo, apontado como uma das principais apostas do petista na busca pela reeleição de 2026, tem como objetivo reacender o mercado imobiliário, atendendo pedidos do setor.

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Imagens do empreendimento Reserva Raposo, o maior conjunto habitacional de uso misto da América Latina, próximo da Rodovia Raposo Tavares.
Imagens do empreendimento Reserva Raposo, o maior conjunto habitacional de uso misto da América Latina, próximo da Rodovia Raposo Tavares.
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

Atualmente, 65% dos depósitos da poupança precisam ser destinados ao crédito imobiliário. Com a mudança, 100% da poupança passará a sustentar financiamentos habitacionais.

A proposta estabelece que 80% dos recursos provenientes da poupança e dos instrumentos financeiros sejam aplicados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que financia imóveis de até R$ 2,25 milhões, com juros limitados a 12% ao ano. Os outros 20% serão destinados ao Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), voltado para imóveis de maior valor e taxas de mercado.

A principal fonte de funding deixará de ser apenas a poupança e passará a incluir instrumentos de mercado, como LCIs, LIGs e CRIs, permitindo que os bancos usem parte dos ganhos com aplicações livres para manter os juros habitacionais mais baixos. O novo modelo será implementado de forma gradual, com fases de transição até o fim de 2026 e passará a ter plena vigência em janeiro de 2027.

Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, a política foi desenhada para atingir famílias de renda intermediária, que ficam fora do Minha Casa, Minha Vida, mas não têm acesso aos créditos mais caros voltados à alta renda.

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Para estimular o crédito imobiliário, o governo prevê uma liberação imediata de R$ 20 bilhões, com potencial de chegar a R$ 37,5 bilhões, por meio da redução do depósito compulsório dos bancos, de 20% para 15%. A medida valerá para as instituições que aderirem ao novo modelo.

Pelas novas regras, os bancos também poderão utilizar os valores da poupança para outras finalidades por até cinco anos, desde que mantenham as operações de crédito habitacional. A expectativa é que os ganhos obtidos em aplicações mais rentáveis ajudem a reduzir as taxas de juros dos financiamentos.

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