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Paulo Freire não era comunista, era crítico, diz biógrafo

De acordo com o pesquisador Sérgio Haddad, o educador era uma pessoa de esquerda mas não se alinhava a nenhum governo autoritário

19 set 2021 - 10h50

O pesquisador Sérgio Haddad, biógrafo de Paulo Freire, acredita que os ataques que surgiram no governo de Jair Bolsonaro ajudaram a impulsionar a busca por conhecimento sobre o educador.

Há um entendimento equivocado de quem foi Paulo Freire?

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Tem muita desinformação na crítica, por exemplo, ele nunca foi comunista. Era, sim, uma pessoa de esquerda, estava do lado dos mais pobres, mas não se alinhava a nenhum governo autoritário, foi crítico com os comunistas. Mas há aqueles que não querem saber, criticam porque foi secretário do PT.

Onde é possível ver Freire nas escolas atuais?

Nas escolas mais participativas, que trazem o conhecimento dos alunos para a sala de aula. Freire fala que se um professor passa um ano dando a sua aula e no fim ele é o mesmo, algo está errado. Esse estímulo a refletir no processo educativo é freireano.

Os ataques o enfraqueceram?

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Acho que a quantidade de eventos, de textos, que vem sendo feitos foi também muito impulsionada por essa conjuntura. Desde a campanha, com ministros da Educação atuais, foi surgindo um movimento em defesa do legado de Freire e de debate sobre seu pensamento e obra. Se ele estivesse vivo, seria uma voz muito forte para confrontar o que está ocorrendo. Ninguém é obrigado a gostar dele, mas respeitar seu reconhecimento internacional seria uma forma de respeito à ciência.

O que será que ele diria sobre Bolsonaro?

Ele estaria muito bravo, estaria verbalizando uma raiva, mas também o 'esperançar'. A importância de saber que o futuro não é inexorável.

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