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Influência da China na economia do Brasil motiva estudo de mandarim

Unicamp tem formação vinculada ao Instituto Confúcio, que promove o ensino da língua chinesa pelo mundo

22 jun 2021 - 05h10

É cada vez mais comum ouvir o idioma chinês nos mais diversos ambientes, desde as salas de reuniões nas quais gestores lidam com cifras milionárias até nas happy hours entre colaboradores nacionais e os que desembarcam da Ásia.

Apesar do reinado do inglês como segundo idioma escolhido pelo brasileiro, o aprendizado do mandarim ganha cada vez mais adeptos, motivados principalmente pela influência chinesa na economia do País. O gigante asiático é o maior parceiro comercial do Brasil, responsável por um total de US$ 33,6 bilhões do superávit de US$ 50,9 bilhões da balança comercial em 2020.

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Para quem tem urgência em entender o mandarim, cursos de extensão de curta duração podem ser o primeiro passo para conseguir pelo menos cumprimentar e se manter alimentado. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) organiza desde 2015 o curso de extensão em mandarim básico, que serve de introdução a outros programas mais avançados que a instituição paulista oferece sobre o idioma.

A formação é vinculada ao Instituto Confúcio, uma entidade chinesa que busca promover o ensino do mandarim pelo mundo. Por meio da parceria, o instituto estabeleceu uma unidade na Unicamp para a qual envia professores nativos da China.

"Para nós, foi uma surpresa a diversidade de interessados. Nós achávamos que o curso seria mais procurado por alunos de Letras, Literatura e História. Porém vimos muitos estudantes de cursos como Engenharia e Medicina", relata Bruno de Conti, diretor do Instituto Confúcio da Unicamp. "Com certeza é algo motivado pela influência da China no mercado de trabalho", acredita Conti.

Demanda

A procura pela extensão na Unicamp cresce todos os anos. No segundo semestre de 2015, havia 33 inscritos. No mesmo período no ano seguinte, o número saltou para 137. No segundo semestre de 2020, mesmo com a pandemia, houve 170 inscritos no programa.

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"Nós recebemos ofertas de emprego que não exigem um nível fluente de mandarim. Muitas companhias chinesas consideram importante contratar mesmo as pessoas que tenham apenas um nível básico de compreensão. Eles veem com bons olhos a demonstração de interesse do nosso estudante pela cultura chinesa", explica o diretor do instituto na Unicamp.

Foi exatamente o gosto pela cultura da China que levou Beatriz Moya de Carvalho, estudante da graduação de Letras da universidade, a se matricular para aprender mandarim básico na Unicamp. A aluna está na reta final do curso e já faz planos de continuar o aprendizado do mandarim, com outros módulos mais avançados oferecidos na Unicamp.

Beatriz espera também poder viajar para a China, para sentir de perto os aspectos culturais, as tradições e pôr em prática o idioma que vem conquistando cada vez mais interessados no Brasil, seja por admiração ou ambições profissionais.

"A questão econômica não me interessa diretamente, mas várias pessoas que fazem o curso comigo são motivadas por essa razão. De uma forma ou outra, creio que também serei beneficiada nesse aspecto. Por isso, não é prudente ignorar a China", diz a estudante

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