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Carlos Gilberto Carlotti Junior, médico, foi diretor da Medicina-USP em Ribeirão 

'Nós temos de mudar para não ficarmos defasados'

24 out 2021 - 12h59

Apesar de não se declarar como oposição e fazer parte da atual gestão, o médico Carlos Gilberto Carlotti Junior, de 61 anos, diz em seu programa que "é tempo de mudar". O texto menciona ainda "decisões puramente administrativas" e "burocratização" como problemas a serem combatidos. "Minha disposição é de fazer uma administração com maior diálogo e interação da comunidade", disse Carlotti ao Estadão.

O neurocirurgião foi diretor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, para onde mudou com um ano de idade por causa do trabalho do pai, também médico. Os dois filhos e a mulher estudaram na USP - ela é professora da instituição como ele.

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Na sua gestão como pró-reitor de pós-graduação, cargo em que esteve até este mês e teve de deixar por causa da candidatura, ficou conhecido por permitir a prorrogação de prazos na entrega dos trabalhos durante a pandemia e por criar bolsas para alunas mães.

"Temos de tratar a inclusão e permanência com nossa experiência de ciência, quantificar o problema para propor solução, senão corremos o risco de aumento de evasão, problemas psicológicos." Para isso, propõe a criação de uma pró-reitoria que unificaria políticas inclusivas sociais, étnico-raciais, de gênero, permanência estudantil e saúde integral.

O programa da sua candidatura, chamado de USP Viva, ainda quer que haja inscrição automática de estudantes de escolas públicas no vestibular da Fuvest. E, depois de aprovados, a USP passaria a oferecer cursos de línguas e programas de leitura e escrita acadêmicas em todas as unidades.

Se for eleito, Carlotti afirma que vai promover em 2022 uma grande discussão sobre currículos das graduações. "O mundo do trabalho está mudando muito rapidamente, o perfil que é necessário para o graduando muda, se não fizermos mudanças certamente vamos ficar defasados."

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Ele também acha que é possível incorporar mudanças que vieram com a pandemia, como as ferramentas de internet e a melhor comunicação entre alunos e professores.

A candidata a vice-reitora na chapa de Carlotti é a professora da Sociologia Maria Arminda Arruda, ex-diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Os dois candidatos escolheram mulheres para o cargo de vice. "A universidade é pouco amigável para as mulheres", diz. Seu programa também fala em "criar políticas que permitam ampliar a presença" delas em várias instâncias acadêmicas, sem muitos detalhes.

"Estamos em um momento muito ruim para a ciência, difícil na história, mesmo com a vacina sendo desenvolvida tão rapidamente", diz ele, com relação à gestão Bolsonaro. "Temos de ser mais incisivos contra esses ataques, corte de verbas." Para tentar ganhar a guerra da desinformação, Carlotti ainda propõe reestruturar a comunicação da USP. "Chega de posturas isolacionistas. Chega de autoritarismos gradeados", conclui o texto inicial do site da candidatura.

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