Ômicron não deve escapar de proteção das vacinas, avalia especialista sul-africano

Professor Abdool Karim acredita que imunização vai continuar tendo alta eficácia contra hospitalização e condições graves. Número de casos, no entanto, pode continuar crescendo

29 nov 2021 - 11h41

O professor Abdool Karim, um dos principais nomes do combate à pandemia na África do Sul, em entrevista coletiva, nesta segunda-feira, 29, disse estar otimista de que a variante Ômicron não escape das vacinas contra covid-19 existentes. Porém, ele espera por um rápido aumento de infecções nos próximos dias.

A Ômicron foi identificada pela primeira vez em 24 de novembro, na África do Sul. Nesta segunda-feira, 29, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que ela apresenta risco global "muito alto". A entidade teme, entre outros fatores, que as vacinas existentes não sejam capazes de prevenir a doença causada pela nova cepa.

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"Com base no que sabemos e em como outras variantes preocupantes reagiram à imunidade da vacina, podemos esperar uma alta eficácia contra hospitalização e doenças graves", disse Karim. "A proteção da vacina provavelmente continuará forte."

Karim disse que não é possível saber isso "definitivamente" e que estudos estão sendo feitos para atestar a proteção dos imunizantes contra a nova cepa. "Mas, com base no que sabemos, podemos esperar que as vacinas se mantenham bem em termos de prevenção de hospitalizações, porque dependem mais da imunidade das células T e menos dos anticorpos", frisou. De acordo com ele, a África do Sul poderá oferecer os dados daqui duas ou três semanas

Karim sublinhou que a nova variante apresenta um elevado número de mutações e que, embora algumas sejam conhecidas, outras são totalmente novas e ainda não há "ideia" do seu impacto. Ele espera que os novos casos diários da doença cheguem a 10 mil até o final desta semana - o país tem contado entre 2.500 e 3 mil novas infecções por dia.

Nesse sentido, Karim está ao lado de outros especialistas sul-africanos que prevêem que, nos próximos dias, a África do Sul veja um rápido aumento no número de casos. A aparente maior transmissibilidade da Ômicron é uma previsão comum entre eles.

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Em relação à gravidade e aos efeitos clínicos, segundo os especialistas, os dados ainda são "anedóticos" e também enviesados ??por outros fatores, como o fato de que a maior parte dos novos casos foi detectado entre os jovens./EFE

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