O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira, 5, que o "Poder Judiciário está abarrotado de ações" e que não defende a judicialização. Queiroga se referiu ao governo de São Paulo, que prevê entrar com uma medida judicial contra a pasta, após a gestão Jair Bolsonaro não entregar 228,15 mil vacinas da Pfizer contra a covid-19.
"Judicialização é um direito que todos têm, mas nós não defendemos a judicialização como forma de implementação de políticas públicas", disse.
"Eu penso que essas questões devem ser discutidas no âmbito administrativo. O Poder Judiciário já anda abarrotado de ações. Já tem muitas ações, já tem muitos problemas, por que nós não buscamos aqui no caminho da tripartite, que é feita para esse entendimento?"
Segundo Marcelo Queiroga, a diminuição das doses enviadas para São Paulo ocorreu porque o Instituto Butantan reservou doses a mais para o Estado de São Paulo. O ministro disse que a situação foi constatada pela comissão tripartite e, por isso, se fez uma compensação de doses.
"Não há nenhum interesse em discriminar qualquer Estado da Federação e nós temos é que trabalhar juntos", afirmou. "Da minha parte, se ficar demonstrado que não houve essa alocação adicional para São Paulo, isso pode ser corrigido. Mas creio que a decisão foi tomada pela tripartite de maneira própria."
Os mais de 200 mil imunizantes representam metade das doses que a equipe de João Doria (PSDB) previa receber na terça-feira, 3. O início da vacinação de adolescentes em São Paulo está "em aberto".
Programado inicialmente para começar em 18 de agosto, o cronograma da imunização de menores de 18 anos poderá ser comprometido, informou o governo estadual em coletiva realizada nesta quinta-feira, 5, no Palácio dos Bandeirantes.