Infecção por herpes-zóster, vírus que acometeu Bieber, aumentou na pandemia

Micro-organismo pode causar diferentes doenças e problemas de saúde para as pessoas infectadas. Entenda o que é herpes-zóster

20 jun 2022 - 11h24
(atualizado às 11h34)
Entenda o que é herpes-zóster
Entenda o que é herpes-zóster
Foto: Reprodução Instagram @justinbieber / Saúde em Dia

O vírus da herpes-zóster ganhou uma maior relevância nos últimos dias após infectar o cantor americano Justin Bieber, de 28 anos de idade, e causar o desenvolvimento de uma síndrome Ramsay Hunt no artista, que o deixou com metade do rosto paralisado.

"Quero atualizar vocês do que está acontecendo, obviamente como vocês podem ver pelo meu rosto. Eu tenho uma síndrome chamada Ramsay Hunt, por causa desse vírus que ataca os nervos do meu ouvido e meus nervos faciais e fez meu rosto ficar paralisado", disse o cantor, em vídeo publicado no Instagram.

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Mas, ao contrário do que alguns imaginam, o vírus da herpes-zóster pode causar diferentes doenças e condições nas pessoas que ele infecta. O micro-organismo também é responsável pelo desenvolvimento de problemas mais comuns, como a catapora, por exemplo. Além disso, ele costuma alcançar a pele e gânglios sensoriais, provocando lesões, bolhas e dor.

"A dor persiste por muitas semanas e até meses, condição chamada nevralgia pós-herpética, e envolve uma recuperação desgastante com uso de medicamentos analgésicos potentes. A doença também pode provocar outras complicações mais raras, como afecções oculares - ceratite e uveíte, por exemplo, além de outras sequelas permanentes - e paralisia facial temporária, caso as lesões apareçam no rosto", explica a Dr. Fernanda Buonfiglio, médica da família formada pela Faculdade de Medicina do ABC.

Aumento de casos na pandemia

Pesquisadores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), desenvolveram o estudo chamado "Aumento no número de casos de herpes-zóster no Brasil relacionados à pandemia de Covid-19".

E o resultado comprovou a impressão relatada por diversos serviços de saúde: o número de infecções por herpes-zóster cresceu após o início da pandemia no Brasil. De acordo com o estudo, o fato das alterações de humor e de hábitos alimentares provocadas pelo isolamento, imposto pela pandemia, foram os possíveis colaboradores para o aumento de casos de doenças autoimunes dessa natureza.

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Para a Dra. Buonfiglio existem várias condições que estão associadas ao aparecimento da herpes-zóster. "Têm mais probabilidade de se infectar com o vírus pessoas com baixa imunidade, câncer, trauma local, cirurgias da coluna, sinusite frontal, entre outras. Acomete, principalmente, indivíduos com faixa etária maior que 50 anos, especialmente idosos, que apresentam imunidade diminuída ao longo dos anos", diz.

O tratamento costuma acontecer através da prescrição de medicamentos específicos. E a duração dos problemas causados pelo vírus da herpes-zóster pode variar de acordo com o paciente. Por isso, é fundamental ter um acompanhamento médico individualizado.

"A vacina para herpes-zóster, disponível na rede privada, é indicada para adultos maiores de 50 anos, inclusive para aqueles que já manifestaram a doença. Imunizar as crianças com a vacina da varicela também pode atuar como prevenção de herpes-zóster na idade adulta", finaliza a Dra. Buonfiglio.

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