'Queremos desenvolver produtos no Brasil', diz italiana Leonardo

Empresa inaugurou recentemente centro de manutenção em SP

3 dez 2021 - 15h20
(atualizado às 15h27)

Presente no Brasil há mais de 40 anos, a empresa Leonardo vem investindo para ampliar sua presença no país e promover um portfólio que vai de soluções para cidades inteligentes até caças militares de última geração.

Francesco Moliterni, presidente da Leonardo no Brasil
Francesco Moliterni, presidente da Leonardo no Brasil
Foto: Divulgação / Ansa - Brasil

O exemplo mais recente é a inauguração de um centro de manutenção de helicópteros em Itapevi, na Grande São Paulo, fruto de um aporte de cerca de R$ 60 milhões e cujo objetivo é dar suporte operacional e logístico aos clientes do grupo.

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"É uma obra muito importante porque é um testemunho de como a Leonardo acredita muito no Brasil", conta Francesco Moliterni, presidente da multinacional italiana no país, em entrevista à ANSA.

Ao mesmo tempo, a empresa trabalha para fortalecer seu centro de manutenção de helicópteros no Rio de Janeiro, que dá suporte à Marinha brasileira, e seu escritório em Brasília, responsável por coordenar as atividades na América Latina.

"A pandemia não atrapalhou nossos projetos, a gente está avançando muito", acrescenta Moliterni, que tem viajado por todo o Brasil para conhecer de perto sua base industrial e promover o portfólio da Leonardo.

O nome da empresa, aliás, não é coincidência: antiga Finmeccanica, a companhia foi rebatizada em janeiro de 2017 para homenagear o gênio renascentista Leonardo da Vinci, que, mais do que um pintor virtuoso, foi um polímata cujos interesses abarcavam os mais diversos campos do conhecimento.

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Atualmente, a Leonardo possui cinco divisões (helicópteros, aviões, estruturas aéreas, eletrônica e segurança cibernética), com uma ampla gama de produtos e soluções para os setores de defesa, aeroespacial e de segurança.

A principal delas é a de helicópteros, responsável por cerca de 30% do faturamento em 2020 e com mais de 15 mil unidades entregues desde 1950. Dessas, mais de 500 estão em operação atualmente na América Latina, sendo 190 no Brasil , das quais 120 em São Paulo.

Viagens pelo Brasil

No entanto, apesar do poderio no setor de helicópteros, Moliterni diz que seu objetivo é desenvolver todo o portfólio da Leonardo no Brasil, que é visto pelo grupo italiano como uma base industrial para toda a América Latina.

O executivo cita como exemplo de sucesso o caça de ataque AMX, desenvolvido na década de 1980 em conjunto com a Embraer. "É um motivo de grande orgulho e uma prova de que o italiano sabe trabalhar muito bem com o brasileiro", diz.

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Moliterni conta que tem viajado muito pelo Brasil para conhecer seu parque industrial, além de universidades e centros de pesquisa - a Leonardo investe 15% de sua receita anual em pesquisa e desenvolvimento.

Apenas nos últimos meses, o presidente já passou por São José dos Campos, Porto Alegre, Bahia, Recife, entre outros. "O Brasil é gigantesco", brinca. De acordo com o executivo, ele ficou "muito impressionado" com o alto nível de capacidade visto na indústria brasileira e com a qualidade dos centros de pesquisa.

"Estamos avançando muito para ter vários parceiros, porque queremos desenvolver produtos aqui no Brasil. A Leonardo está disponível para fazer parcerias com empresas brasileiras em vários setores, porque não somos só defesa. A Leonardo é segurança, é espaço, é saúde, é meio ambiente", ressalta.

Produtos e soluções

Em suas apresentações pelo Brasil, a Leonardo tem promovido produtos como o C-27J, um avião tático que pode ser usado em combate a incêndios e outras missões de proteção civil. A aeronave opera na América Latina há bastante tempo e integra a Força Aérea do Peru, que a usou para transportar doentes durante a pandemia de Covid-19.

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Além disso, a empresa fez recentemente um workshop para bombeiros do Distrito Federal para apresentar o conceito de um centro operacional para prevenção de emergências. Essa solução utiliza sistemas integrados de comando, controle e comunicação para garantir a coordenação entre aviões, helicópteros e satélites, bem como dos vários atores envolvidos em ações do tipo.

Outra aposta da Leonardo é no conceito de cidades inteligentes. Em junho passado, a empresa assinou um memorando de cooperação com outras duas gigantes italianas - TIM e Enel X - para levar essa ideia aos municípios brasileiros.

Um projeto-piloto já está em curso em Maricá (RJ) e mira transformar a cidade em um laboratório de tecnologias de ponta e soluções para áreas como mobilidade urbana, conectividade, transformação digital, serviços financeiros, energia, segurança e saúde.

"Estamos apresentando o conceito de cidade inteligente para várias prefeituras e vários governos", diz Moliterni, que prevê novidades para o ano que vem. Maricá também vai ganhar em breve o maior teleporto da América Latina, cujas obras já foram iniciadas pela Telespazio, subsidiária da Leonardo.

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