Zambelli anuncia greve de fome até que ministro italiano negue extradição: 'Só o senhor pode acabar'

A greve de fome da deputada foi anunciada após a Justiça italiana negar um recurso apresentado pela defesa da parlamentar

10 out 2025 - 16h46

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) enviou uma carta escrita à mão ao Ministério da Justiça da Itália, anunciando o início de uma greve de fome. A manifestação ocorreu após a Justiça italiana negar um recurso apresentado pela defesa da parlamentar, na última quarta-feira, 8. Na carta, Zambelli reclama do posicionamento do ministro da Justiça sobre o caso.

"Como tenho certeza de que o senhor não tomou a melhor decisão, começo hoje uma greve de fome que só o senhor pode acabar, negando a minha extradição, o que me colocará em liberdade, que é o correto", escreveu Zambelli.

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Zambelli anuncia greve de fome até que juiz negue extradição: ‘só o senhor pode acabar’.
Zambelli anuncia greve de fome até que juiz negue extradição: ‘só o senhor pode acabar’.
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão

A decisão da Corte foi a de manter a prisão da deputada enquanto aguarda o processo de extradição para o Brasil. Na carta, Zambelli afirma ser "vítima de uma perseguição política" e alega que a decisão da Justiça italiana foi resultado de pressão exercida pelo governo brasileiro.

"Ontem soube que o senhor se expressou pela manutenção da minha prisão, depois da pressão do presidente do Brasil, Lula, e do embaixador do Brasil na Itália", escreveu a parlamentar.

A defesa de Zambelli divulgou nas redes a íntegra da carta enviada ao Ministério da Justiça da Itália, na qual afirma que o caso "não se trata de direita ou esquerda, mas do que é certo ou errado".

No documento, a parlamentar ainda acusa o Ministério da Justiça da Itália de estar ao lado de grupos e regimes autoritários. "O senhor está do lado de quem apoia o HAMAS, o tráfico de drogas, o TERRORISMO, o IRÃ, regimes narcoditatoriais como o da Venezuela, a ditadura de Cuba e outros regimes na América do Sul e na África", escreveu.

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Zambelli também mencionou sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra membros do Judiciário brasileiro, especialmente o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

"O senhor acolheu a decisão injusta e sem provas de um juiz brasileiro, Alexandre de Moraes, que foi recentemente sancionado pelo PRESIDENTE TRUMP com a revogação do visto para os Estados Unidos e a aplicação da Lei Magnitsky, pois o governo dos EUA já possui provas suficientes de que ele age fora da lei, perseguindo politicamente cidadãos inocentes, jornalistas e políticos de direita", continuou Zambelli.

A licença de 127 dias do mandato de Carla Zambelli terminou na semana passada. Ela havia deixado o Brasil em maio, após ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão, e pediu afastamento por 120 dias, além de mais sete dias para "tratar da saúde".

Em junho, a Câmara dos Deputados confirmou o afastamento e bloqueou seus vencimentos, conforme decisão do Supremo. No mês seguinte, Zambelli foi presa na Itália, após ter o nome incluído na lista de procurados da Interpol. Atualmente, aguarda a decisão das autoridades italianas sobre sua extradição para o Brasil.

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