BRASÍLIA - Apesar da proibição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que gravou um vídeo exigindo a dissolução de alianças com partidos de esquerda, o PT e o PL vão estar juntos em São Luís (MA). As duas siglas integram a coligação do deputado federal Duarte Júnior (PSB), que teve a candidatura registrada nesta quinta-feira, 1, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O direção do PL alega que o apoio formal não está sacramentado, mas o registro da coligação que apoia o candidato do PSB já inclui o partido de Bolsonaro.
Duarte é aliado do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que governou o Maranhão entre 2015 e 2022. Quando era ministro da Justiça do governo Lula, entre janeiro de 2023 e janeiro deste ano, Dino protagonizou embates com parlamentares bolsonaristas.
Ao Estadão, o presidente do PL do Maranhão, ex-deputado estadual Hélio Soares, afirmou que o apoio a Duarte ainda não está concretizado. Segundo ele, está previsto uma reunião com Valdemar Costa Neto na próxima quinta-feira, 15, em Brasília, para discutir a coligação com os petistas.
"Nós estamos avaliando. Vamos conversar primeiro com Valdemar direitinho para vermos as circunstâncias. Nós não queremos, de maneira nenhuma, tumultuar o processo da direita, principalmente no nosso Estado", afirmou o presidente do PL maranhense.
Aliança é fruto de articulação criada pelo governador
De acordo com interlocutores do PL e do PT no Maranhão, a união de partidos para a candidatura de Duarte é fruto de uma articulação política criada pelo governador Carlos Brandão (PSB). Antes das eleições de 2022, onde foi reeleito, Brandão uniu siglas de diferentes ideologias e formalizou um pragmatismo político no Estado que vai além das disputas ideológicas travadas em Brasília.
A aproximação do PL à candidatura de Duarte também ocorre pela ausência de diálogo do atual prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), com a sigla de Bolsonaro. O chefe do Executivo de São Luís é apoiado pelo MDB e pelo Republicanos.