Um homem foi preso em Goiânia acusado de atuar como 'coiote' em uma agência de viagens que prometia levar brasileiros aos Estados Unidos de forma ilegal, atravessando o México. Segundo a Polícia Civil de Goiás, três vítimas que pretendiam entrar de forma clandestina no país foram enganadas e perderam mais de R$ 50 mil em uma viagem que não aconteceu.
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O mandado de prisão preventiva foi cumprido na terça-feira, 3, depois que a Polícia Civil recebeu denúncias sobre a ação clandestina. O homem e seu irmão, ambos sem os nomes revelados, comandavam a empresa que prometia realizar a imigração de brasileiros pelo México, de forma ilegal.
Segundo as três vítimas relataram, elas desembolsaram mais de R$ 50 mil para a operação e aguardaram por dias em São Paulo até perceberem que a viagem não iria acontecer. Conforme divulgado pelas autoridades, o homem foi autuado por estelionato.
Já o irmão do investigado ainda não foi preso, apesar de ter um mandado expedido pela Justiça Federal em aberto. O suspeito está foragido no México.
O esquema, segundo a PCGO, é familiar e ainda envolve a mãe dos irmãos. As investigações apontam que ela era a responsável por receber os valores das vítimas. Por causa disso, a família pode ser indiciada pelo crime de associação criminosa.
O que é um coiote?
Os coiotes são pessoas que atuam ilegalmente no traslado de imigrantes para os Estados Unidos através da fronteira com o México. Após fechar um acordo com o esquema, os interessados precisam ir até o país mexicano para, de lá, serem instruídos e levados à fronteira.
A travessia, no entanto, não é fácil. Além do risco de ser pego pela polícia e deportado, o imigrante que opta pela ida ilegal ainda pode sofrer com problemas de segurança ao se deparar com criminosos durante a longa caminhada, com a falta de alimentação adequada e com as condições climáticas no local.
Um dos principais pontos de entrada ilegal nos EUA, por exemplo, se chama Deserto da Morte. O nome se dá pela região perigosa onde está localizado. O espaço fica no Arizona, ao lado de terras controladas pelo Cartel de Sinaloa, o mais poderoso do México.
No país americano, a prática é enquadrada na lei de tráfico de pessoas, com pena prevista de até 40 anos. São considerados 'coiotes' todos os que participam do esquema, desde a cooptação até a travessia guiada.