Perícia vai analisar produto antipulgas achado na cozinha de madrasta suspeita de envenenar enteados

Polícia Civil também avalia pedir à Justiça a exumação do corpo da jovem

23 mai 2022 - 21h55

RIO - A Polícia Civil do Rio de Janeiro enviou para a perícia nesta segunda-feira, 23, um frasco de Butox, tipo de veneno antipulgas apreendido na cozinha da casa de Cintia Mariano Dias Cabral, acusada de envenenar os dois enteados. Após ingerir a comida preparada pela madrasta, no último dia 15, o estudante Bruno Carvalho Cabral, de 16 anos, foi internado com sinais de envenenamento. Ele sobreviveu e já teve alta do hospital. A irmã dele, a também estudante Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, apresentou os mesmos sintomas em 15 de março e morreu 13 dias depois. Cintia está presa. Seu advogado nega que ela tenha envenenado os enteados.

O veneno antipulgas estava numa prateleira próxima ao cooktop (espécie de fogão só com os queimadores, sem forno) na casa onde Cintia morava com o marido e a filha dele, em Padre Miguel (zona oeste do Rio). Segundo a defesa da madrasta, o produto era usado em um cachorro da família.

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O delegado Flávio Rodrigues, da 33ª DP (Realengo), responsável pela investigação, afirmou nesta segunda-feira, 23, que o feijão apreendido na semana passada na casa de Cintia - tanto na geladeira como no lixo - não continha veneno. Mas o produto oferecido ao adolescente pode não ter sido esse.

Quando almoçou na casa do pai e da madrasta, no dia 15, o adolescente reclamou do gosto do feijão e identificou resquícios de uma substância azul. Inicialmente, Cintia teria dito que era um tempero pronto para alimentos. Depois, em depoimento oficial e acompanhado por advogado, ela preferiu se manter em silêncio.

Funcionários e médicos do hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo (zona oeste), que atenderam Bruno e Cintia, foram intimados nesta segunda-feira a prestar depoimento à Polícia Civil nos próximos dias.

Inicialmente não havia suspeita de envenenamento de Cintia, por isso essa hipótese não chegou a ser investigada. Agora a Polícia Civil avalia pedir à Justiça a exumação do corpo da jovem.

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A polícia vai investigar ainda a hipótese de Cintia ter tido participação na morte de um ex-marido e de uma vizinha. Ambos morreram repentinamente, e por enquanto os investigadores não têm detalhes sobre a causa das mortes.

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