Advogada suspeita de envolvimento em plano de fuga de Marcola cumprirá prisão domiciliar

Kassia Regina Brianez Trulha de Assis foi presa no dia 10 de agosto durante uma ação da Polícia Federal

17 ago 2022 - 19h04
(atualizado às 19h36)
Kassia Regina Brianez Trulha de Assis é suspeita de envolvimento em plano de fuga de líderes do PCC
Kassia Regina Brianez Trulha de Assis é suspeita de envolvimento em plano de fuga de líderes do PCC
Foto: Reprodução/Redes sociais

A Justiça Federal determinou que a advogada Kassia Regina Brianez Trulha de Assis, suspeita de envolvimento em plano de fuga de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, tenha a prisão preventiva convertida em domiciliar. 

Ela foi presa no último dia 10, durante uma ação da Polícia Federal e do Departamento Penitenciário Nacional. A decisão de soltura do Presídio Militar de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para a prisão domiciliar foi assinada pelo juiz federal da 15ª Vara, Francisco Codevila, na segunda-feira, 15. 

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O magistrado pontua no processo que a decisão ocorreu devido ao filho de Kassia ser autista, e a suspeita precisar acompanhá-lo em emergências médicas e consultas. A advogada não poderá sair de seu imóvel, a não ser para atender as questões médicas do filho mediante "comunicação dos endereços dos locais e atestado médico".

Ela também poderá deixar a residência para atender aos chamados da Justiça e Polícia Federal relacionados à investigação. Codevila ainda estabeleceu que deverá ser realizado o monitoramento eletrônico da suspeita, por meio de tornozeleira, enquanto estiver em prisão domiciliar. 

O Terra tentou localizar o advogado de Kássia, mas não conseguiu até a última atualização dessa reportagem. O espaço segue em aberto. 

Em nota ao jornal O Globo, a defesa da advogada afirma que houve uma confusão entre as atividades exercidas por ela e que a inocência dela será provada.

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"A exigência de respeito às prerrogativas do advogado nada mais é que um direito previsto em lei, porém, sabe-se que a letra fria da lei não impede que ocorram situações prejudiciais ao advogado, tal como no caso concreto", disse o advogado Juliano Rocha de Moraes.

Plano de fuga

Denominada Operação Anjos da Guarda, a ação para frustrar o plano de resgate de líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) ocorreu na última quarta-feira, e cumpriu mandados de prisão preventiva contra 11 investigados, além de executar 13 ordens de busca e apreensão no Distrito Federal (Brasília), em Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Três Lagoas) e em São Paulo (São Paulo, Santos e Presidente Prudente).

Marcola é o chefe máximo do PCC
Foto: Paulo Liebert/Estadão

Entre os detentos que o grupo pretendia soltar está Edmar dos Santos, conhecido como Quirino, Cláudio Barbará da Silva, o Barbará, Reinaldo Teixeira dos Santos, Valdeci Alves dos Santos, o Colorido, Esdras Augusto do Nascimento Júnior, e Marcola, que tem mais de 300 anos em condenações.

De acordo com as autoridades, o plano dos integrantes do PCC 'contava com uma rede de comunicação estabelecida entre advogados, que extrapolavam as suas atividades legais, ao transmitir tanto as cobranças dos custodiados quanto os retornos das mensagens dos criminosos envolvidos no resgate'.

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"Para organizar as atividades ilícitas, os investigados se valiam dos atendimentos e das visitas em parlatório, usando como códigos para a comunicação situações jurídicas que, comprovadamente, não existiam de fato", diz a corporação.

Além disso, os investigadores apontam que os alvos da ofensiva pretendiam 'sequestrar autoridades para conseguir a soltura de criminosos'.

Antes de ser transferido para Rondônia, Marcola estava preso em Brasília desde março de 2019. A transferência do criminoso para a capital federal provocou atritos entre o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), Anderson Torres, então secretário de Segurança Pública do DF e hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, e Sérgio Moro, à época ministro da Justiça e hoje pré-candidato à ao Senado pelo Paraná.

Em dezembro de 2019, o Exército cercou a Penitenciária Federal de Brasília após setores da inteligência do governo receberem informações de um plano para resgatar Marcola. A tentativa teria sido planejada por Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho ou Magrelo, apontado como uma das principais lideranças do PCC.

Fuminho foi preso meses depois, em abril de 2020. No mesmo ano, o Ministério Público de São Paulo deflagrou uma série de operações contra líderes da facção e integrantes de sua ‘célula jurídica’.

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Fonte: Redação Terra
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